22.9 C
Três Lagoas
sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Chinesa portadora do HIV vai se casar com homem sem o vírus

29/11/2002 09h40 – Atualizado em 29/11/2002 09h40

Na China, o primeiro casamento entre uma pessoa infectada pelo vírus da Aids e uma outra sem o HIV ocorrerá em 29 de novembro, em Pequim, onde os noivos, originários da região do sudoeste do país, participarão de uma campanha pela prevenção da Aids, informou a imprensa estatal chinesa na quarta-feira.

O astro de cinema Pu Cunxin e o porta-voz da campanha de prevenção da Aids no país serão testemunhas do casamento que será realizado na Grande Muralha, informou a imprensa estatal.

Durante a permanência na capital chinesa, Pequim, o casal participará da 4o Conferência sobre DST e Aids, organizada pela Associação de Medicina Preventiva da China, com início previsto para quinta-feira, e também da campanha de prevenção contra a doença no Dia Mundial de Combate à Aids (1o. de dezembro), informou a imprensa oficial chinesa.

A jovem de 28 anos portadora do HIV anunciou o casamento em 16 de novembro, na província de Guizhou (sudoeste da China). A notícia de que a mulher, que contraiu Aids há cinco anos em consequência do uso de drogas injetáveis, desposará um rapaz de 23 anos causou muita polêmica e discussão no país.

De acordo com a Organização das Nações Unidas, cerca de 1,5 milhão de pessoas estão infectadas pelo HIV na China, embora o índice oficial do governo registre cerca de 1 milhão de pessoas HIV positivo. Especialistas estimam que o número pode chegar a 10 milhões até o final de 2010.

Segundo o governo chinês, dois terços dos pacientes portadores do HIV na China têm menos de 25 anos, e a transmissão heterossexual pode se tornar predominante.

Os livros escolares trazem informações sobre como prevenir a Aids; e o governo também começou a cuidar da transmissão do HIV por meio da transfusão de sangue. Em 21 de novembro, a imprensa estatal informou que as autoridades da província de Guangdong começaram a esterilizar agulhas para os usuários de drogas.

Boa parte da disseminação do HIV na China pode ser atribuída a transfusões ou tratamentos com sangue e hemoderivados contaminados. Segundo a edição de terça-feira do Wuhan Morning Post, a província de Hubei, na região central da China, prevê a ocorrência de uma epidemia de Aids porque apenas recentemente testes confirmaram que os fazendeiros que vendiam sangue havia anos estavam contaminados pelo vírus.

Autoridades do Ministério da Saúde informaram que as leis chinesas reconhecem o direito de portadores do HIV se casarem, explicou a imprensa estatal na quarta-feira.

Segundo Hao Yang, diretor da Divisão de Aids/DST/TB/Hanseníase do Departamento de Controle e Prevenção de Doenças, o noivo da mulher infectada pode teoricamente se proteger do vírus usando preservativos de alta qualidade.

No entanto, Hao lembrou que continua incerta a possibilidade de o casal ter um bebê saudável, sem o vírus, caso não haja alguma intervenção especial.

Zhao Honxin, responsável pelo centro de Aids do Hospital Ditam em Pequim, disse à Reuters Health que a maioria dos médicos desencorajaria as mulheres com HIV a terem filhos.

“O risco de transmissão materno-fetal apenas pode ser reduzido a 2 por cento,” disse Zhao à Reuters Health.

Segundo o especialista, os médicos do Hospital Ditam de Pequim ajudaram uma mulher HIV positivo, oriunda da longínqua província de Xinjiang, a dar à luz um bebê não infectado. Mas os médicos não têm certeza se o bebê permanece livre do vírus porque a mulher não trouxe a criança de volta a Pequim para um novo exame.

Fonte: Reuters

Leia também

Últimas

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.