29/11/2002 09h10 – Atualizado em 29/11/2002 09h10
A acompanhante Fátima Antônio, 41, acusada de provocar a morte da professora aposentada Luciana Aparecida Vieira Pinto, 92, foi presa ontem, depois de prestar depoimento. O mandado de prisão temporária, por 30 dias, foi concedido pela 2ª Vara Criminal de São José do Rio Preto. Se for condenada por homicídio, a pena pode ser de até 30 anos de prisão. O prazo para conclusão do inquérito é de 30 dias.
A professora morreu no domingo, vítima de traumatismo craniano. Gravações de uma câmera escondida mostraram uma mulher, supostamente Fátima, puxando os cabelos da idosa com violência e balançando a cabeça dela para a frente e para trás. Luciana foi parar no hospital no mesmo dia das gravações.
A câmera foi colocada no banheiro depois que a família começou a desconfiar da acompanhante, por causa de pequenos machucados encontrados na idosa.
No seu depoimento, Fátima reconheceu que perdia a paciência com ela. “Ela disse que nos últimos três meses vinha passando por problemas familiares e financeiros e não se encontrava bem com ela mesma, por isso não conseguia se controlar”, disse a delegada Dalice Ceron, da Delegacia de Defesa da Mulher, responsável pelo inquérito.
Segundo a delegada, a acompanhante afirmou que no dia da gravação (quinta-feira, 21) teria ficado irritada porque a idosa havia sujado a calcinha com fezes.
Segundo o laudo do IML (Instituto Médico Legal), a causa da morte foi traumatismo cranioencefálico, por ação de instrumento contundente. No depoimento, a acompanhante negou que tenha batido a cabeça da idosa contra a parede.
No entanto, segundo a delegada, médicos afirmam que, por causa da idade avançada da professora, os impactos provocados pelas agressões mostradas nas gravações seriam suficientes para produzir o traumatismo craniano. “Seria como o caso de pessoas que morrem em acidentes de carro, quando o encosto não tem proteção para a cabeça”, disse o médico e neto da aposentada, Tarcísio de Rezende Pinto, 35.
Fonte: Agência Folha




