29/11/2002 14h10 – Atualizado em 29/11/2002 14h10
SÃO PAULO – Dos 73 presídios de regime fechado do estado de São Paulo, 66 ou 90,4% estão dominados por integrantes da principal facção criminosa paulista. Os outros sete são controlados por organizações rivais e são chamados pela população carcerária de “cadeias de oposição”.
Os presídios de regime fechado abrigam 70 mil detentos. São 18 Centros de Detenções Provisórias (CDPs), 44 penitenciárias, nove penitenciárias compactas e dois Centros de Recuperação Penitenciária (CRP).
A Polícia Civil e o Ministério Público isolaram os chefes e fundadores da principal facção nos CRPs de Taubaté e Presidente Bernardes e no anexo de Avaré. Mas a organização ainda tem muita força nas penitenciárias de Iaras, Marília, Araraquara, Presidente Venceslau 2 e nos CDPs 1 e 2 do Belém. As “cadeias de oposição” são o CDP 2 de Guarulhos, a penitenciária 1 de Guarulhos; penitenciária 1 de Franco da Rocha; penitenciária e CDP de Sorocaba e as penitenciárias de Bauru e Itirapina.
A polícia desmontou, esta semana, a nova cúpula da facção. Foram indiciados por formação de quadrilha 17 homens e também o seqüestrador Wanderson Nilton de Paula Lima o “Andinho”, e o advogado preso Abrahão Samuel dos Reis. Todos vão ser transferidos para o CRP de Presidente Bernardes, amanhã, em vôo fretado previsto para partir às 11h no hangar da TAM, no Aeroporto de Congonhas. Os detentos vão viajar com pés e mãos acorrentados e vão ser escoltados por nove policiais.
O seqüestrador Andinho foi ouvido ontem no Deic. O preso é suspeito de ter comprado uma casa de alto padrão num condomínio de luxo na região de Presidente Prudente. Um juiz e um promotor que moram no local estariam apavorados.
Andinho disse que é da facção e que desde 1998 faz doações de até R$ 20 mil por mês ao grupo. A polícia vai pedir segunda-feira o seqüestro dos bens e a quebra de sigilos fiscal, telefônico e bancário da loja de veículos Diniz Car, de Campinas, que seria usada por ele para lavagem de dinheiro.
Fonte: Globonews





