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quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Cientistas buscam solução para o dilema “coma menos e viva mais”

02/12/2002 10h06 – Atualizado em 02/12/2002 10h06

WASHINGTON – No momento em que muita gente já faz a lista de guloseimas para as festas de fim de ano, cientistas norte-americanos avançam na compreensão de por que comer menos resulta em uma vida mais longa.

Estudos com levedura, roedores e outros organismos descobriram que cortar calorias drasticamente aumenta a expectativa de vida, e pesquisadores estão lutando para descobrir como isso acontece. A esperança é que possam ser criados medicamentos para imitar esses efeitos, sem fazer com que as pessoas comam menos.

Em relato publicado na revista Science, pesquisadores dizem que os estudos com moscas-da-fruta – que têm genes muito semelhantes aos dos mamíferos – mostraram que uma enzima chamada Rpd3 histona deacetilase pode ser uma das chaves da longevidade.

“Se você diminui o nível da enzima sem comer menos, você ainda obtém aumento da expectativa de vida”, disse Stewart Frankel, cientista e pesquisador da Universidade de Yale e principal autor do estudo.

No estudo, moscas com mutações genéticas que resultaram em níveis mais baixos da enzima viveram cerca de 33 por cento ou 50 por cento mais do que o normal. Com uma dieta pobre em calorias, a expectativa de vida foi aumentada em cerca de 41 por cento.

A enzima pode ser um atraente alvo para a criação de uma droga, disse Frankel.

O cientista alertou que muito mais pesquisa – o que provavelmente levará vários anos – será necessário antes que se descubra uma droga capaz de provocar com segurança o mesmo efeito nas pessoas. A droga teria que ser conveniente e segura para ser ingerida durante muitos anos, observou.

Segundo Frankel, acredita-se que uma droga, chamada fenilbutirato, seja um alvo para a enzima Rpd3. Um estudo publicado no início deste ano mostrou que alimentar moscas-da-fruta com aquela droga aumentava a duração de suas vidas.

Dietas hipocalóricas produzem outros benefícios além de prolongar a vida, segundo estudos já realizados com roedores que avaliaram o efeito de reduzir a ingestão de calorias em 20 a 40 por cento.

“Eles melhoram a memória e o tônus muscular, e desenvolvem menos cânceres e menos problemas cardíacos”, disse Frankel. Até mesmo o aparecimento dos cabelos brancos é adiado.

O estudo teve a co-autoria de Blanka Rogina e Stephen Helfand, do Centro de Saúde da Universidade de Connecticut.

Fonte: Reuters

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