02/12/2002 13h22 – Atualizado em 02/12/2002 13h22
O almirante Madhvendra Singh, comandante da Marinha indiana, disse hoje que seu país precisa esconder armas nucleares no mar a fim de protegê-las em caso de ataque ao país. De acordo com Singh, outras potências nucleares já espalharam suas armas pelos mares porque isso dificultava o rastreamento das mesmas.
“Se olharmos ao redor do mundo, o braço mais forte de uma tríade nuclear está no mar e sob as águas”, declarou. “Não faz sentido manter armas nucleares em terra. Se as mantivermos em terra, elas se tornarão alvos”.
As armas nucleares estratégicas dos EUA, da Rússia, da Grã-Bretanha e da França, cuja função inicial seria apenas retaliatória, foram em grande parte colocadas em submarinos a partir das décadas de 1950 e 1960.
Especialistas costumam concordar com a adequação da medida porque as potências nucleares, sem saber o paradeiro dos submarinos rivais, não estariam tentadas a neutralizar um inimigo com um ataque nuclear preventivo. Os outros dois braços da tríade nuclear, os bombardeiros e os mísseis com base em terra, são mais vulneráveis.
A Índia realizou testes nucleares subterrâneos em maio de 1998 e afirmou ter construído um arsenal nuclear respeitável. O Paquistão, país vizinho e rival, também realizou testes nucleares. Neste ano, os dois países estiveram à beira de uma confrontação devido à disputa em torno da região da Caxemira.
Depois dos testes, a Índia e o Paquistão têm testado mísseis capazes de transportar as ogivas nucleares. Singh não quis fazer comentários sobre uma notícia publicada pelo jornal The Indian Express, segundo a qual o país alugaria da Rússia um submarino movido a energia nuclear e armado com mísseis capazes de abrigar ogivas nucleares. “Não posso nem confirmar nem negar essa informação”, respondeu.
Fonte: Reuters



