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quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

No Brasil, 49 milhões de pessoas vivem com meio salário mínimo

03/12/2002 10h05 – Atualizado em 03/12/2002 10h05

Em todo o território brasileiro, 49 milhões de pessoas, aproximadamente um terço da população, vivem com renda igual ou inferior a meio salário mínimo. Os números foram divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em um estudo sobre a situação da população brasileira. O documento integra o relatório anual sobre a situação da população mundial, produzido pela ONU, e aborda questões relativas a desenvolvimento, população e pobreza.

No Brasil, quase um terço da população vive com até meio salário mínimo per capita. Em termos absolutos são cerca de 49 milhões de pessoas. Acrescentando a esse número os cinco milhões de brasileiros sem fonte de renda, pode-se considerar que 54 milhões de pessoas estão em estado de pobreza no país.

Nas análises regionais, as diferenças se acentuam. No Nordeste, a proporção de pessoas que vive com até um salário mínimo é de quase 51%, enquanto no Sudeste não chega a 18%.

No entanto, o controle da qualidade pode ser utilizado como uma das soluções possíveis para combater a pobreza. No caso brasileiro, cita o relatório da ONU, a queda de fecundidade resultou num aumento de 0,7% ao ano no PIB per capita. Para isso, de acordo com o IBGE, os investimentos em saúde e educação, assim com a redução da desigualdade entre os sexos, são fundamentais.

Para piorar a situação da camada mais pobre, conforme o relatório do Instituto, apenas 31,6% da população que vive com meio salário mínimo consegue habitar domicílios situados em áreas onde há saneamento básico. No Nordeste, mesmo no grupo de pessoas que ganham mais de dois salários mínimos, 23% não possuem domicílios com condições adequadas de saneamento.

Sobre educação, o documento aponta uma deficiência no ensino das pessoas mais pobres. No Brasil, 92% dos jovens de 15 a 19 anos das famílias menos favorecidas terminam o primeiro ano, porém apenas metade completa o quinto ano.

Conforme a ONU, no caso brasileiro, há ainda um outro fator de desigualdade, além do financeiro: o racial. Quando se analisam os dados da população que vive com até meio salário mínimo de rendimento familiar per capita, levando-se em consideração a cor, observa-se que apenas 34,8% são brancas, enquanto 77,1% são negros ou mulatos. No outro extremo, das pessoas em famílias com rendimento superior a dois salários mínimos, os brancos levam ampla vantagem.

Nas famílias brasileiras que têm renda inferior a meio salário mínimo onde mulheres são responsáveis pelo sustento, 64% das mulheres são negras ou mulatas.

Fonte: Terra

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