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segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Supermercados argentinos temem saques

03/12/2002 15h39 – Atualizado em 03/12/2002 15h39

O medo de saques a supermercados argentinos deixou em alerta os empresários do setor. O presidente da rede de supermercados Delta, José Luis Rueda, por exemplo, afirmou hoje que ativistas políticos não-identificados estão incitando os argentinos empobrecidos a realizar saques. A ameaça de saque ocorre próxima ao aniversário da revolta popular que forçou a renúncia do ex-presidente Fernando de la Rúa.

O temor de incidentes também tomou conta da capital argentina, onde cerca de 300 integrantes de um grupo de piqueteiros se concentraram hoje em frente a um hipermercado do bairro portenho de Abasto para pedir alimentos para a subsistência das pessoas. Seis pessoas foram detidas quando participavam de uma tentativa de assalto a dois caminhões cheios de milho, em um bairro pobre de Rosário, na província de Santa Fé.

O presidente dos supermercados Delta, José Luis Rueda, que reúne cerca de 150 centros comerciais da província de Buenos Aires, disse à rádio Continental que tinha um pressentimento de que poderiam ocorrer saques por volta de 20 de dezembro, quando se completa um ano da queda de De la Rúa. “Recebo clientes dizendo que os ponteiros, como são chamados os representantes dos partidos políticos nos bairros, estão pagando 150 pesos (US$ 42) para promover desordens. Podem ser apenas rumores, mas cria-se uma incerteza que faz com que as pessoas queiram se proteger”, advertiu Rueda.

De acordo com Rueda, os eventuais saques nos supermercados não seriam espontâneos, nem uma resposta à crise econômica que atinge a Argentina. Para ele, se esse fosse o caso, então “teríamos vivido nesse clima o ano todo”. Ele pediu policiamento em pontos críticos da cidade para proteger também os cidadãos comuns.

O comerciante tem a mesma opinião dos setores de piqueteiros que denunciaram ontem à justiça uma suposta incitação a saques por parte de ponteiros que obedeceriam ao ex-presidente e pré-candidato peronista Carlos Menem. A acusação foi contestada pela assessoria de Menem, adversário do presidente Eduardo Duhalde nas eleições internas peronistas.

Fonte: AFP

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