05/12/2002 16h42 – Atualizado em 05/12/2002 16h42
No quarto dia da greve geral convocada pela oposição venezuelana, o presidente Hugo Chávez afirmou que a greve faz parte de um “plano desestabilizador” para derrubá-lo. “Está em andamento um plano para derrubar o governo constitucional”, disse em uma mensagem transmitida por rádio e TV. Oposicionistas do governo disseram que a indústria do petróleo já está sendo afetada, prejudicando a exportação e causando uma alta nos preços do produto. Chávez determinou hoje que os militares assumam o comando dos petroleiros parados nos portos venezuelanos, para garantir o abastecimento. A Fedecámaras, maior federação de empresários da Venenezuela, a Confederação dos Trabalhadores da Venezuela (CTV) e os partidos políticos de oposição pressionam pela saída de Chávez, um tenente-coronel aposentado que assumiu a Presidência do país em 1999. Ele foi eleito presidente em 1998 com votação esmagadora e reeleito em julho de 2000, com 59,7% dos votos, depois de mudar a Constituição para que a eleição pudesse acontecer. Seu estilo autoritário fomentou a insatisfação nos últimos anos, assim como a agenda de esquerda, o fracasso no combate à criminalidade, à pobreza e à corrupção. A Venezuela é o quarto maior exportador de petróleo do mundo e a situação se agravou com a queda nos preços do produto ao longo deste ano.
Além dos petroleiros, alguns militares começaram a demonstrar insatisfação quanto ao governo Chávez. Em 2001, Chávez causou indignação do setor empresarial ao aprovar um pacote de 49 leis que permitiu expropriar terras para exploração de petróleo. Uma das atitudes dos empresários foi promover as atuais greves. Sua aproximação com Fidel Castro, presidente de Cuba, e a freqüente retórica anti-Washington desagradam aos EUA. O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, chegou a dizer que o presidente George W. Bush estava descontente com as políticas adotadas pelo governo venezuelano.
Fonte: Terra
