05/12/2002 08h40 – Atualizado em 05/12/2002 08h40
CHICAGO, EUA – Em muitos hospitais dos Estados Unidos, os médicos que trabalham nas unidades de emergência já podem recorrer à tecnologia nuclear de imagens para diagnosticar ataques cardíacos em pacientes com dores no peito.
A conclusão é de um novo estudo que avaliou o uso da tecnologia por imagens com “sestamibi”, equipamento que normalmente é usado em procedimentos não-emergenciais como parte de testes de estresse.
O paciente recebe uma injeção com um isótopo que permite que os médicos monitorem a capacidade dos batimentos de seu coração e vejam quanto sangue está fluindo para o órgão.
“Estamos apenas usando de uma nova forma uma tecnologia que já estava disponível”, disse o principal autor do estudo, Dr. James Udelson, do Centro Médico Tufts-New England, em Boston.
Mais de seis milhões de pessoas por ano procuram atendimentos de emergência devido a dores no peito. Muitas são internadas ou mantidas em observação porque os médicos são incapazes de determinar se estão sofrendo um ataque cardíaco.
Se os pacientes apresentam leituras anormais de seus eletrocardiogramas, os médicos podem diagnosticar ataques cardíacos com precisão e iniciar o tratamento.
Muitas vezes, porém, os pacientes apresentam eletrocardiogramas normais, mas são mantidos em observação, procedimento que implica custos hospitalares.
A pesquisa foi divulgada na edição desta quarta-feira da publicação Journal of the American Medical Association.
Visitas desnecessárias
O estudo descobriu que 52 por cento dos pacientes que não foram submetidos ao teste foram internados, mas seu problema não era nem ataque cardíaco nem angina instável, um precursor comum do problema.
O índice foi de 42 por cento entre os pacientes que fizeram o teste.
O Dr. Robert Bonow, presidente da American Heart Association (Associação Americana do Coração) e chefe do serviço de cardiologia da Escola de Medicina da Universidade Northwestern, disse que este número pode cair se os médicos que usam o teste criarem confiança nele.
O Dr. Bonow afirmou que o diagnóstico por imagem pode inclusive economizar dinheiro, já que o pernoite num hospital custaria mais caro do que o próprio exame.
O estudo acompanhou 2.475 pacientes em sete hospitais – de grandes centros médicos acadêmicos a pequenos hospitais comunitários. Dos pacientes, 1.260 foram designados para receber tratamento padrão, e 1.215 para serem submetidos ao diagnóstico por imagem.
Fonte: Associated Press



