05/12/2002 16h00 – Atualizado em 05/12/2002 16h00
RIO – A Petrobras fez outra grande descoberta na Bacia de Campos —desta vez, no Espírito Santo, a 76 quilômetros da costa e a sete quilômetros do campo batizado como Jubarte. O novo poço (1-ESS-116) foi perfurado a uma profundidade de 1.500 metros entre a superfície e o fundo do mar. Nessa área, as reservas estão sendo avaliadas em 300 milhões de barris de petróleo. A vizinha Jubarte tem reservas de 600 milhões de barris.
Os dois campos ficam bem próximos, mas têm estruturas diferentes. Essas duas descobertas foram as maiores de todo o Hemisfério Ocidental dos últimos anos. Para se ter uma idéia, o Brasil tem reservas comprovadas de 14 bilhões de barris de petróleo (e 30 bilhões prováveis), mas somente nessa área do litoral do Espírito Santo encontrou-se quase um bilhão de barris.
A produção de Jubarte está em fase de testes, chegando-se a uma vazão a 17 mil barris diários (óleo de 17 graus API, do tipo pesado). O equipamento que está sendo usado para extrair o petróleo não permite que se vá muito além disso. Porém, pelos testes de longa duração já realizados, os técnicos da Petrobras acreditam que a produção possível seria de 25 mil barris diários, cinco mil a mais do que o volume inicialmente previsto.
O petróleo encontrado na nova descoberta é também do tipo pesado (18 a 19 graus API), com um conteúdo de enxofre relativamente baixo, o que o torna mais atraente para o mercado. Testes preliminares indicaram que o óleo tem uma viscosidade que facilita a sua extração a uma vazão de 20 mil barris por dia. Um segundo poço está sendo perfurado para que o campo possa ser confirmado como comercial, dentro das normas estabelecidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
A Petrobras está entre poucas grandes empresas de petróleo no mundo que vêm conseguindo ampliar suas reservas de petróleo no mesmo ritmo de aumento da produção. A média de produção deste ano deverá ser superior a 1,5 milhão de barris diários somente em território nacional, um crescimento de 12% em relação a 2001. Os investimentos em curso garantem uma produção de 1,9 milhão de barris até 2005.
Enquanto isso, a BP (antiga British Petroleum), classificada como empresa petrolífera de excelente desempenho, teve de rever suas metas de produção para este ano, reduzindo de 5,5% para 4% o crescimento previsto.
O aumento de produção da Petrobras tem sido acompanhado por uma expressiva redução no derramamento de óleo. Em 1997, esse índice na empresa era de 13,23 metros cúbicos por cem mil metros cúbicos produzidos. O índice deste ano não passará de 0,1 metro cúbico por cem mil metros cúbicos produzidos (diminuição da ordem de 99%).
Para tal vem contribuindo o investimento de US$ 1,35 bilhão feito pela Petrobras, depois do acidente na Baía de Guanabara, para proteção do meio ambiente e aumento na segurança. Naquela ocasião foi derramado na baía 1,25 milhão de litros de óleo; agora na costa da Espanha, o naufrágio de um petroleiro causou um derramamento que pode chegar a 90 milhões de litros. Desconhece-se o nome da empresa proprietária desse óleo.
Fonte: O Globo




