05/12/2002 10h20 – Atualizado em 05/12/2002 10h20
Três agentes da Polícia Federal foram afastados ontem em mais uma situação delicada envolvendo detentos sob custódia do órgão. O libanês Fouad Mustafa Majed, condenado nos Estados Unidos a dez anos de prisão por tráfico de heroína, fugiu do hospital da Unimed em Brasília. Ele foi preso em 14 de fevereiro após fugir do Alabama (EUA) onde cumpria pena. Segundo a PF, nenhum delegado teve responsabilidade no episódio.
Majed estava detido no presídio da Papuda (DF) aguardando o julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) de pedido de extradição feito pelos EUA. Na sexta-feira, sob autorização da corte, ele foi levado ao hospital para cirurgia de hemorróidas.
Segundo o Ministério da Justiça, a PF abriu um processo administrativo e inquérito policial para investigar a participação e responsabilidades de Antônio Ayres Lima Jr., Anezerino Martins Batista Jr. e Antenor Silva Neto na fuga de Majed. Durante a apuração, os três estão afastados de todas as funções e recebem o salário.
É o terceiro caso neste ano em que a PF demonstra falta de habilidade para cuidar de pessoas sob sua custódia. Em novembro, o superintendente da PF do Espírito Santo foi exonerado da função após a morte do agricultor Manoel Correa da Silva Filho _testemunha-chave contra o crime organizado, que foi transferido indevidamente para um presídio estadual.
Em setembro, o cozinheiro Antônio Gonçalves de Abreu foi espancado e morto na carceragem da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Segundo a assessoria de imprensa da Justiça, os dois casos estão sob investigação da Corregedoria da PF.
Fonte: Folha de S.Paulo



