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sábado, 13 de dezembro de 2025

Polícia mata dois rapazes em Ribeirão Preto

05/12/2002 10h00 – Atualizado em 05/12/2002 10h00

A Polícia Civil matou dois rapazes na madrugada de ontem no bairro Ribeirão Verde, em Ribeirão Preto (314 km de SP), após uma troca de tiros. Com esse caso, já são três pessoas mortas por policiais em um período de cerca de 24h. Anteontem, um adolescente também foi assassinado por um policial militar, em Ribeirão.

Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, 13 pessoas foram mortas por policiais neste ano na região de Ribeirão. De acordo com a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, 18 policiais da região foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio.

Ontem, às 3h, os investigadores Henrique Maringoli e Ricardo Guimarães, do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), tentaram abordar Luiz Fernando Dias, 22, o Kojac, e Rodrigo César de Carvalho, 24, mas eles fugiram. Em seguida, os policiais iniciaram uma ronda pelo bairro em busca dos fugitivos.

De acordo com a polícia, quando o carro do Garra voltou a encontrar Dias e Carvalho, em frente a uma casa abandonada, os dois rapazes começaram a atirar contra o carro da polícia, acertando uma das portas laterais.

Diante da situação, os policiais reagiram, efetuaram disparos contra a dupla e atingiram Dias e Carvalho com tiros no peito e no pescoço. Os dois chegaram a ser levados à Santa Casa, mas morreram antes de chegar ao hospital.

Segundo o delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Odacir Cesário da Silva, a reação dos policiais foi normal. “Quando se chega frente a frente com indivíduos armados, existem duas opções: atirar ou fugir. O que se quer é dar voz de prisão. No entanto, nessa situação, fica difícil não responder com violência”, afirma Silva.

O delegado disse acreditar que a reação dos rapazes ocorreu porque Dias estava com a prisão temporária decretada pela Justiça ele tinha várias passagens pela polícia e Carvalho era foragido da cadeia de Pacaembu, onde cumpria pena por roubo.

O delegado seccional de Ribeirão Preto, José Manoel de Oliveira, vai pedir a abertura de uma sindicância para apurar o caso. No entanto, o delegado-corregedor da Polícia Civil, Jayme da Silva Ribeiro Filho, disse não acreditar que os policiais sejam culpados. “A princípio, não vi nenhum elemento que pudesse suscitar a abertura de um procedimento [investigatório]”, disse.

Já o Ministério Público vai aguardar a conclusão dos inquéritos do caso para decidir se investiga ou não as duas mortes.

Fonte: Folha Ribeirão

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