05/12/2002 14h27 – Atualizado em 05/12/2002 14h27
O levantamento, coordenado pelo pesquisador Sérgio Galdino, da área de hidrologia da Embrapa Pantanal, constatou que no Estado de Mato Grosso, a situação esteve mais crítica no mês de outubro desse ano. O nível mínimo do Rio Paraguai, em Cáceres, foi de apenas 1,22 m, ficando apenas 15 cm acima do nível histórico do ano passado, que havia sido o menor ocorrido desde 1974. Em função das chuvas na região, o nível do Rio Paraguai, em Cáceres, que no dia 04/12/02, era de 1,82 m, encontrava-se em elevação.
No Mato Grosso do Sul, a situação é bem mais crítica, em função da estiagem prolongada no Pantanal.
A pesquisadora Balbina Soriano, da área de climatologia da Embrapa Pantanal, analisando dados de chuva da Fazenda Nhumirim, localizada na Sub-região do Paiáguas, em pleno coração do Pantanal, constatou que o volume total de chuvas nos meses de outubro e novembro desse ano, correspondeu a apenas 23% do que chove em média na região. Nesses dois meses choveu apenas 48 mm, enquanto a média é de 190 mm.
A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia – INIMET é de que volume de chuvas na região Centro-Oeste em dezembro seja normal.
O hidrólogo Sérgio Galdino informa também que os níveis mínimos do Rio Paraguai, no Pantanal sul-matogrossense podem ainda ser menores do que os níveis atuais.
Em Ladário, o nível do Rio Paraguai, registrado no dia 04/12/02 era de 1,08. De acordo com o método probabilístico desenvolvido pela Embrapa Pantanal, são altas (80%) as chances de que o nível mínimo em 2002 seja igual ou inferior a 1,0 m.
Ontem (4/12), os níveis do rio Paraguai, em Forte Coimbra e Porto Murtinho eram respectivamente de –0,08 e 2,08 m. Galdino ressalta que em 2002, os níveis do Rio Paraguai, nesses postos, foram os menores registrados nos últimos 29 anos (1974 a 2002).
A Embrapa Pantanal informa que ainda é prematuro realizar prognósticos para 2003, pois o período chuvoso no Pantanal e planaltos adjacentes normalmente estende-se até março. A partir de fevereiro de 2003, terão início as previsões do nível máximo do Rio Paraguai, em Ladário, considerado pela Empresa como o principal referencial de cheia ou seca no Pantanal.
Fonte: Embrapa Pantanal
