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sábado, 13 de dezembro de 2025

Texas executa hispânico que matou irmão

05/12/2002 09h24 – Atualizado em 05/12/2002 09h24

As autoridades do Texas executaram ontem o hispânico Leonard Rojas, apesar dos pedidos de seus advogados de adiar o justiçamento depois de afirmar que o homem não teve assessoria legal competente durante o julgamento. Rojas, de 52 anos, foi declarado culpado de assassinar em 1994 a mulher com quem vivia e seu próprio irmão por suspeitar que ambos mantinham uma relação amorosa. Recentemente Rojas disse em uma entrevista a um jornal local que não estava arrependido de ter matado Jo Ann Reed com um tiro entre os olhos e depois matar com a mesma arma seu irmão, David.

Rojas disse que utilizou uma pistola calibre 32 que conseguiu vendendo drogas para matar a mulher de 34 anos e seu irmão de 43 na casa móvel que os três ocupavam em Alvarado, perto de Fort Worth. “Nunca lamentarei. Nunca. Estas pessoas eram basicamente uma representação do mal. Só queriam meu dinheiro, queriam minhas drogas e queriam me matar”, expressou.

“Sou culpado. Sou um pecador. Estou pronto para partir quando decidirem me matar”, falou Rojas há um mês. Rojas, que cumpriu penas de prisão por narcotráfico nos estados da Califórnia e de Nevada, acrescentou que suas vítimas mantinham relações e tentavam matá-lo com uma overdose de drogas. Essas acusações nunca foram comprovadas, disse o procurador adjunto do condado de Johnson, David Vernon.

Os representantes legais de Rojas afirmaram às autoridades do estado que o advogado David Chapman, que defendeu o hispânico era um doente mental suspenso várias vezes pelo Colégio de Advogado de Texas por infrações éticas. Chapman reconheceu que sua “doença mental afetou meu trabalho legal de certa modo, incluindo minha capacidade para representar o senhor Rojas”, em um documento legal assinado por ele e obtido pela EFE. Chapman admitiu que na metade da década de noventa teve “momentos difíceis” ocasionados por um transtorno bipolar.

As pessoas que têm esta doença sofrem episódios depressivos seguidos de euforia, o que as impede de realizar as atividades diárias. Chapman afirmou que tomava remédios para corrigir o transtorno enquanto representava Rojas. Consultado sobre se tinha algo a dizer antes de receber a injeção que terminou com sua vida oito minutos depois, Rojas disse somente “não”.

A execução foi presenciada por três irmãos de Rojas e por sua prima María. “Estamos profundamente decepcionados. O estado tinha a obrigação de corrigir esta injustiça e não o fez”, disse à EFE Greg Wiercioch, advogado que pediu o adiamento da execução por pelo menos 30 dias para revisar a representação legal que Rojas teve durante o julgamento.

“Esta foi uma oportunidade para que o governador do estado Rick Perry interviesse e remediasse uma injustiça e não o fez”, acrescentou. Rojas foi o executado número 32 no Texas este ano aumentando assim para 288 o número de justiçamentos desde que o estado reimplantou a pena de morte em 1982. Na última execução prevista para este ano, o estado aplicará a injeção letal na próxima quarta-feira em James Collier declarado culpado de matar em 1995 uma mulher e seu filho.

Fonte: Agência EFE

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