06/12/2002 15h39 – Atualizado em 06/12/2002 15h39
A alta da inflação ¿ que ficou em 4,91% em novembro, segundo o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), puxou uma alta no preço da cesta básica, que teve um acréscimo em novembro de 10,95%, em relação a outubro, já está dificultando o fim de ano muitas famílias carentes. Como todos os itens alimentícios sofreram reajuste, as donas de casa não sabem mais o que cortar da lista de compras neste fim de ano. É o caso da empregada doméstica Sirlei Aparecida Moraes, moradora do bairro Danúbio Azul, em Campo Grande.
Depois de tirar os supérfluos, a saída foi reduzir a quantidade de produtos. Com uma renda mensal de R$ 400,00, incluindo o salário do marido, ela faz malabarismo para garantir os dois litros de leite que as duas filhas consomem por dia. A solução foi abolir materiais de limpeza, como sabão em pó, ficando só com o sabão em barra, mais barato.
A ida ao supermercado também ficou mais complicada para a dona de casa Regiane da Silva. Mãe de duas crianças com idades entre um e três anos, ela administra o orçamento apenas com o salário do marido, o jardineiro Paulo Miguel, que, como não tem emprego fixo, tem uma renda que varia de R$ 100,00 a R$ 200,00, dependendo do número de serviços que faz por mês. A família gasta pelo menos R$ 105,00 com a cesta básica, que Regiane compra todo mês de um vendedor. “ão vamos ao supermercado porque as crianças sempre querem alguma coisa que não podemos comprar, sem falar que gastamos com condução” diz.
Às vezes o dinheiro do mês é o suficiente apenas para comprar a cesta, por isso a ordem é economizar até no consumo. “Quando acaba os produtos, o jeito é esperar pelo próximo mês”, conta. Como ela ainda precisa garantir o leite e as fraldas dos filhos, foi obrigada a cortar da lista o material de limpeza.
Quanto ao Natal, tanto Regiane como Sirlei não fazem planos. Com tanto aumento, elas não garantem nenhum produto diferente. “Vai ser o que tivermos mesmo”, diz Regiane.
Fonte: Campo Grande News




