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domingo, 14 de dezembro de 2025

Suposto líder do crime organizado em MT desapareceu

06/12/2002 09h02 – Atualizado em 06/12/2002 09h02

A Polícia Federal e a Interpol (polícia Internacional) estão desde ontem à procura de João Arcanjo Ribeiro, de 52 anos, acusado de comandar o crime organizado em Mato Grosso. Ele e mais sete pessoas tiveram a prisão temporária decretada pelo juiz federal Julier Sebastião da Silva, atendendo um pedido conjunto dos ministérios públicos Federal e Estadual.

O empresário está sendo acusado de contrabando de equipamentos eletrônicos, exploração de máquinas caça-níqueis, homicídio, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. A operação de busca a Arcanjo, chamada “Arca de Noé”, teve a participação de 100 policiais, 22 promotores de Justiça e quatro procuradores federais.

As equipes fizeram diligências em sua casa, nove financeiras, três lotéricas e em pelo menos três fazendas de propriedade de Arcanjo, que não foi encontrado. Entre os objetos apreendidos, há dezenas de computadores, documentos, agendas, extratos bancários, armas de uso exclusivo do Exército e dinheiro. Em sua casa, foi apreendido o assoalho de uma van Mercedes Benz com possíveis manchas de sangue.

“À partir de hoje, esse criminoso é considerado um foragido da Justiça. Se sair do país, será caçado como o Lalau (o Juiz Nicolau dso Santos). Vamos pegá-lo vivo ou morto¿, disse o superintendente da Polícia Federal no Estado, Osvaldo Varella.

De acordo com o delegado federal Reinaldo de Almeida César, Arcanjo era o chefe de uma organização criminosa com diversas ramificações, um comando único e infiltrações no poder público de Mato Grosso. A organização é acusada de lotear o estado em diversas regiões, nas quais Arcanjo designava homens de sua confiança para controlar a exploração das máquinas de caça-níqueis.

Quatro integrantes da organização foram presos ontem. Os coronéis aposentados Frederico Lepesteur e Marcondes Ramalho, o tenente-coronel Gonçalo Costa Neto e contador Luís Alberto Dondo Gonçalves, um uruguaio naturalizado brasileiro, responsável pela escrituração contábil e fiscal do grupo. A polícia ainda está à procura do uruguaio Julio Basch, gerente dos caça-níqueis no Estado e que seria a ligação de Arcanjo com o crime organizado de Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo e Piauí.

O Ministério Público e a Polícia descobriram que a suposta organização de Arcanjo, denunciada no último domingo pelo Fantástico, mantinha ligações com as máfias chinesa e espanhola, controladoras dos caça-níqueis no mundo. De acordo com o delegado federal Reinaldo Almeida Cesar, a Interpol já recebeu o decreto de prisão de Arcanjo e seu nome está incluído no Sistema Nacional de Procurados Impedidos, que o proíbe de deixar o país.

A equipe de investigação não descarta a possibilidade de que a notícia do mandado de prisão tenha vazado, já que Arcanjo não estava em casa na madrugada de ontem, ao contrário do que imagina a polícia. Seu avião, um Cessna Citation X, avaliado em US$ 15 milhões e cuja autonomia é de 6 mil quilômetros, esteve o dia inteiro no hangar que mantém no aeroporto Marechal Rondon, em Cuiabá.

Durante todo dia foi grande a movimentação em sua casa, uma construção de aproximadamente cinco mil metros quadrados no bairro Boa Esperança. O cerco começou por volta das 6 horas, com homens da Polícia Rodoviária Federal e do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal. Ainda pela manhã, a mulher de Arcanjo, Sílvia Shirata, passou mal e precisou ser atendida pelo médico da família, o homeopata Marco Aurélio Ribeiro.

Fonte: Datafolha

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