10/12/2002 10h51 – Atualizado em 10/12/2002 10h51
CARACAS – A greve geral para depor o presidente venezuelano Hugo Chávez, e que já dura oito dias, começa a afetar a indústia petroleira e a provocar a escassez de gasolina em vários pontos do país.
Tropas da Guarda Nacional requisitaram caminhões de distribuição de gasolina e obrigaram concessionários de postos de serviço a vender o produto.
A greve, agora decretada por tempo indefinido, já atinge significativamente a indústria de petróleo no páis, que é o quinto produtor mundial.
Poços de petróleo, refinarias e navios petroleiros, além de centros de distribuição e postos de serviço, deixaram de operar em uma paralisação gradual que já exigirá semanas para a volta à normalidade.
Chávez enviou na semana passada soldados para a proteção dos poços de petróleo e das refinarias de possíveis atos de sabotagem por parte dos grevistas.
No domingo, Chávez colocou então forças da Guarda Nacional para operar nos postos de serviço na capital.
“Estão deixando de prestar um serviço público e isto é um delito”, disse Chávez em seu programa dominical pelo rádio e a televisão “Alô Presidente”. Chávez ressaltou que está em curso “um plano macabro que tem que ser atacado”.
Fora de Caracas, a Guarda Nacional assumiu o controle de pelo menos três centros de distribuição de gasolina que estavam fechados atendendo ao apelo de greve.
O governo contratou civis para conduzirem os caminhões-tanque requisitados, com o objetivo de abastecer postos de gasolina.
O Ministério da Energia disse que os caminhões e os postos de serviço serão devolvidos aos proprietários “uma vez que as atividades estejam normalizadas”.
A população já esvaziou as prateleiras da maioria dos supermercados, temendo que a greve se prolongue por vários dias mais e, também, da convulsão política no país.
A população teme também o que poderá ocorrer se Chávez levar adiante sua advertência de que poderá decretar a lei marcial no país
Fonte: Associated Press
