10/12/2002 13h00 – Atualizado em 10/12/2002 13h00
WASHINGTON – Momentos antes da chegada do presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, à Casa Branca, para o encontro com o presidente dos EUA, George W. Bush, o porta-voz do governo americano, Ari Fleischer, anunciou que os dois conversariam sobre segurança regional, economia, comércio e fortalecimento das relações entre Brasil e Estados Unidos.
Fleischer garantiu que Bush dará suporte à escolha do povo brasileiro nas urnas, ou seja, ao governo de Lula. O presidente eleito chegou ao encontro – marcado para 12h50m (horário de verão Brasília) – com cinco minutos de antecedência.
- O Brasil é um bom vizinho. O povo escolheu o presidente e Bush quer dar apoio à escolha feita pelo povo brasileiro – disse o porta-voz dos EUA.
Mesmo sem poderes para avançar em negociações concretas sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) ou sobre qualquer outro tema, Lula deverá aproveitar seu primeiro encontro com Bush para deixar clara sua disposição de defender os interesses brasileiros da mesma forma com que os Estados Unidos defendem os seus. Mas para o embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa, possíveis divergências comerciais não devem comprometer as relações entre os dois países.
O encontro no Salão Oval da Casa Branca confirma a importância que o governo dos EUA tem dado à sucessão brasileira. Primeiro, os dois terão uma reunião reservada, que será acompanhada por um interprete, Sérgio Ferreira, já que Lula não fala inglês. Em seguida, a reunião será ampliada. A expectativa é que, no total, o encontro dure cerca de 40 minutos.
- O presidente eleito não pode negociar nada. A reunião servirá para que Lula e Bush possam se conhecer melhor e estabelecer uma relação direta – disse Barbosa.
O senador eleito Aloizio Mercadante (PT-SP), que acompanha Lula na viagem, disse ontem, antes de embarcar, que os atuais US$ 30 bilhões relativos ao comércio entre o Brasil e Estados Unidos podem dobrar nos próximos quatro anos.
- Não é possível que Brasil e EUA tenham um comércio de apenas US$ 30 bilhões. Com políticas adequadas, creio que esse volume poderia dobrar em quatro anos e chegar até a US$ 100 bilhões em oito anos – disse Mercadante.
Fonte: O Globo




