10/12/2002 10h30 – Atualizado em 10/12/2002 10h30
Uma vez que, nesses mesmos quatro anos, as exportações mundiais de carne de frango evoluíram (dados do USDA) menos de 30%, talvez não seja equivocado afirmar que o grande avanço brasileiro no mercado internacional tenha sido alcançado, também, através de concessões nos preços de exportação. A tese se mostra parcialmente verdadeira quando é comparado o preço médio obtido pelo produto brasileiro com a média divulgada recentemente pela FAO a propósito dos preços internacionais das carnes. Ou seja: segundo a FAO, entre 1998 (média anual) e julho de 2002, os preços do frango no mercado internacional apresentaram uma queda de 25%, passando de US$760,00/t para US$570,00/t. Já o frango brasileiro (dados da SECEX), apresenta redução de 32% no preço médio que, em 1998, foi de US$1.206,45/t e, em julho passado, caiu para US$817,42/t. Ainda assim há que se convir que a diferença de preço – de sete pontos percentuais – é pequena frente ao avanço do País no mercado externo.
Há, porém, nos preços da FAO, um detalhe que merece atenção: eles têm por base as exportações de cortes de frangos efetuadas pelos EUA nesse período. E os cortes, como se sabe, têm valor superior ao do frango inteiro. No entanto, o preço FAO para julho passado, por exemplo, corresponde a cerca de 70% do preço médio brasileiro – no qual estão inclusos cortes e frangos inteiros. Em outras palavras, os cortes exportados pelos EUA (provavelmente, coxa e sobrecoxa) alcançam preço inferior ao do frango inteiro exportado pelo Brasil, pois o levantamento da FAO faz referência a um preço médio de US$602,00/t para o corte americano (janeiro a julho de 2002), enquanto o frango inteiro brasileiro acusa preço médio de US$700,00/t nos 12 meses decorridos entre novembro/2001 e outubro/2002 (no mesmo período, os cortes brasileiros foram exportados à média de US$995,00/t). Feito esse registro, cabe ressaltar que o frango vendido pelo Brasil no mercado externo tem acompanhado os preços internacionais, sem nenhuma concessão mais visível, como mostra o gráfico abaixo, elaborado pelo Avisite a partir das informações da FAO e da SECEX. A menos, claro, que com o avanço no mercado externo, o Brasil esteja sendo agora o determinador de preços do mercado internacional. Mas isso é pouco provável.
Fonte: Avisite




