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quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Portugal enfrenta greve de funcionários dos setores público e privado

10/12/2002 09h12 – Atualizado em 10/12/2002 09h12

LISBOA – Funcionários dos setores público e privado de Portugal cruzaram os braços nesta terça-feira, paralisando transportes, hospitais, clínicas, serviços de coleta de lixo, bombeiros, escolas e repartições, em protesto contra a proposta do governo de reformar a legislação trabalhista.

Um porta-voz dos 800 mil membros da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) disse que, segundo números iniciais, uma grande percentagem dos empregados dos setores público e privado aderiram à greve nacional de 24 horas.

A paralisação é o mais recente sinal de descontentamento com a política econômica de austeridade, implementada pelo governo do primeiro-ministro José Manuel Durão Barroso, e a proposta de reforma da legislação trabalhista, que facilitaria a demissão ou a transferência de empregados.

O governo afirma que as mudanças na legislação trabalhista são parte de medidas cruciais para recuperar a economia nacional.

As estações de trem e metrô de Lisboa estão fechadas. A rádio TSF informou que centenas de ônibus deixaram de sair de um dos principais terminais da capital.

A principal rodovia ligando o centro de Lisboa aos bairros do oeste da cidade ficou congestionada porque a população recorreu a carros para tentar chegar ao trabalho.

O porta-voz da CGTP disse que na Autoeuropa, uma fábrica da Volkswagen em Palmela, a 30 quilômetros ao sul de Lisboa, 88 por cento dos funcionários estão parados. Esse parque industrial é o maior investimento estrangeiro individual em Portugal.

Nenhum porta-voz da fábrica comentou a notícia, de imediato.

A greve afetou também escolas, repartições públicas e hospitais. A paralisação ameaçava atingir veículos da imprensa e grande parte da indústria têxtil e de sapatos, um dos principais setores de exportação de Portugal.

O serviço ferroviário está parado em todo o país desde o meio-dia de segunda-feira, bem como as duas principais refinarias de petróleo do país, onde trabalhadores cruzaram os braços.

Os funcionários públicos haviam realizado, no mês passado, sua primeira greve geral em 10 anos para protestar contra as políticas econômicas.

Fonte: Reuters

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