10/12/2002 09h21 – Atualizado em 10/12/2002 09h21
Um enviado dos Estados Unidos visitou a Coréia do Sul hoje para tentar obter apoio à política da superpotência em relação ao Iraque, mas a visita acabou prejudicada por protestos de sul-coreanos indignados com a morte de duas meninas atropeladas por um veículo militar norte-americano.
O presidente da Coréia do Sul, Kim Dae-jung, disse ao vice-secretário de Estado dos EUA, Richard Armitage, que a indignação popular poderia prejudicar as relações entre os dois países.
“Nosso povo está se sentindo muito chocado e triste devido à trágica morte dessas meninas”, declarou Kim a Armitage, segundo o governo sul-coreano.
“Os dois países precisam tomar medidas prudentes para evitar que esse incidente tenha um impacto negativo sobre o fundamento das relações entre a Coréia do Sul e os EUA”, afirmou o presidente, que voltou a pedir por mudanças no tratado que estabelece o status legal dos soldados norte-americanos estacionados no país asiático.
As garotas foram mortas em junho. No mês passado, uma corte militar dos EUA absolveu os dois soldados e detonou novas manifestações de oposição à presença norte-americana na Coréia do Sul. Há 37 mil soldados da superpotência no país.
E, às vésperas de uma eleição presidencial, marcada para dia 19 próximo, a questão adquiriu tons mais dramáticos, deixando em um segundo plano problemas como o do programa de armas nucleares da vizinha Coréia do Norte.
A visita de Armitage serviu como oportunidade para novas manifestações. Um pequeno grupo reuniu-se do lado de fora da embaixada norte-americana antes da chegada de Armitage e exigiu desculpas pela morte das meninas.
Mais tarde, um outro grupo com 50 ativistas, entre os quais os pais das meninas, reuniu-se também na frente da embaixada.
Armitage, que estava no Japão, também deve viajar para a China e a Austrália.
Fonte: Reuters





