11/12/2002 19h05 – Atualizado em 11/12/2002 19h05
Deputado propõe mobilização da sociedade douradense na busca de soluções para os problemas que o curso vem enfrentando
Dourados corre sério risco de ficar sem o curso de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. O alerta foi feito ontem pelo deputado estadual Geraldo Resende (PPS), em pronunciamento na Assembléia Legislativa, onde o parlamentar propôs uma mobilização da sociedade douradense na busca de soluções para as dificuldades que o curso vem enfrentando. Em seu discurso, Geraldo foi aparteado pelos deputados Murilo Zauith e Zé Teixeira (ambos do PFL), que também demonstraram preocupação quanto ao problema.
Geraldo Resende sugeriu que todas as forças vivas da sociedade que lutaram pela implantação do curso, além de outras que até então estavam alheias ao processo, se unam para “salvar” o curso de Medicina e, conseqüentemente, da Cidade Universitária de Dourados. Na opinião do parlamentar, a classe política, os professores, universitários, associações de classe, clubes de serviço, sindicatos, médicos e outros setores devem participar e pressionar as autoridades em favor do curso.
Geraldo denunciou, da tribuna, que os alunos do terceiro e quarto anos de Medicina poderão ser obrigados a ter que se deslocar para Campo Grande para fazerem aulas de clínica médica, a partir do ano que vem, caso não seja firmado um convênio entre a Universidade Federal e o Hospital Evangélico. “Se isso acontecer, corremos o risco inclusive de ver a não realização do vestibular de Medicina, em julho do ano que vem”, lamentou o deputado.
O parlamentar salientou que a ativação da Santa Casa (Hospital Universitário) é fundamental para que os estudantes possam fazer estágio. Mas a conclusão do bloco de Medicina também é indispensável os universitários poderem estudar várias disciplinas do curso realizar trabalhos em laboratório.
Outro problema que precisa ser solucionado, afirma Geraldo Resende, é a questão da contratação de vários professores, que hoje ministram aulas sem receber salários, os chamados voluntários. “O curso somente está subsistindo pela abnegação de vários colegas médicos que dão aulas sem receber um centavo sequer”, afirma o parlamentar.
Luta
Geraldo Resende disse que a eventual desativação do curso de Medicina “pode jogar por terra o sonho da Cidade Universitária”, mas ele acredita que a união da sociedade poderá impedir que isso venha a ocorrer. O deputado disse que é preciso cobrar, do governo do Estado, a aquisição dos equipamentos para a Santa Casa que estão há vários meses em processo de licitação.
Resende salientou que todos os equipamentos que se encontram no local, atualmente, foram adquiridos no período em que foi secretário estadual de Saúde. “A própria obra física foi concluída após grandes esforços que fizemos junto ao Governo do Estado, naquela ocasião”, salientou.
O deputado sugeriu que a Universidade Federal, a Prefeitura de Dourados e a UEMS, que são parceiras na construção do bloco de Medicina, sentem à mesa de negociação e resolvam as pendências em relação à liberação de recursos que estão faltando para a conclusão da obra. “Sabemos que até o momento apenas a Universidade Estadual desembolsou cerca de R$ 370 mil e que há um termo aditivo, de mais de R$ 900 mil (que em valores atuais chegaria a R$ 1,2 milhão) envolvendo as outras partes, que está pendente”.
Finalizando seu pronunciamento, Geraldo Resende disse que vai lutar em Brasília, como deputado federal a partir de fevereiro do ano que vem, pela liberação de recursos do Orçamento da União destinados à Santa Casa de Dourados. “De nossa parte, estaremos atentos e cobrando, nas instâncias apropriadas, a ativação da Santa Casa, a conclusão do bloco de Medicina e contratação de professores para o curso, a fim de que o mesmo seja um dos orgulhos da nossa Cidade Universitária”, concluiu Resende.





