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terça-feira, 16 de dezembro de 2025

EUA ameaçam usar sua “força esmagadora”

11/12/2002 13h38 – Atualizado em 11/12/2002 13h38

Os Estados Unidos reafirmaram hoje seu direito de responder a qualquer ataque, incluindo aos do Iraque, com uma “força esmagadora”, o que fez aumentar a tensão na região onde um navio carregado de mísseis Scud norte-coreanos foi interceptado.

A esta severa advertência, dirigida principalmente ao Iraque, somou-se o anúncio feito por Estados Unidos e Espanha da captura, no litoral do Iêmen, de um navio transportando mísseis do tipo Scud. Quinze mísseis completos foram descobertos na embarcação, interceptada segunda-feira por dois navios da Marinha espanhola no litoral do Iêmen, cujo destino era “um porto do Oriente Médio”, anunciou hoje o ministro espanhol da Defesa, Federico Trillo.

A intervenção aconteceu durante a operação “Liberdade Duradoura”, realizada pelos Estados Unidos como parte da luta contra o terrorismo internacional. O governo do Iêmen, por outro lado, afirmou hoje que os mísseis Scud norte-coreanos apreendidos na sua costa lhe pertencem e protestou contra os Estados Unidos e a Espanha, que interceptaram o barco que transportava a carga. Segundo a agência oficial Saba, o chefe da diplomacia iemenita, Abu Bakr Abdalá Al-Jurbi, entregou ao embaixador americano em Sanaa uma carta de protesto de seu governo contra a apreensão do navio.

Na carta enviada aos Estados Unidos, o governo iemenita diz que “a carga é parte de uma encomenda feita há tempos e pertence às forças armadas iemenitas. São armas para fins defensivos e não cairão em terceiras mãos. A aquisição dessas armas não ameaça a paz nem a segurança no mundo”.

Em Nova York, o chefe dos inspetores de desarmamento, Hans Blix, indicou que esperava dividir com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e os representantes dos 15 membros do Conselho de Segurança, no próximo dia 19, sua “avaliação preliminar do conteúdo” do documento iraquiano. Os cinco membros permanentes do Conselho (Estados Unidos, Rússia, França, Grã-Bretanha e China) dispõem de uma cópia da volumosa declaração iraquiana sobre seu programa de armas nucleares, químicas e biológicas. Os 10 membros não-permanentes vão receber uma versão resumida, “no mais tardar dentro de 10 dias”, segundo anunciou ontem o presidente do Conselho de Segurança, o embaixador colombiano Alfonso Valdivieso.

Os especialistas da ONU no Iraque se apresentaram hoje em um laboratório próximo a Bagdá que o serviço secreto britânico diz ter sido reequipado para produzir armas químicas, informaram jornalistas estrangeiros. Os técnicos da Comissão de Vigilância, Verificação e Inspeção (Unmovic) foram até a empresa Ibn Sina, na localidade de Ramiya, 25 km ao norte de Bagdá.

Após a chegada de 28 especialistas ontem, a missão da ONU conta agora com 70 inspetores. Além de visitar Ibn Sina, eles iniciaram inspeções em outros quatro lugares, segundo fontes iraquianas.

Uma equipe de inspetores ainda está nas instalações de Al-Qaim, 400 Km a oeste de Bagdá, para estabelecer se essa unidade de extração de urânio, fechada desde a guerra do Golfo (1991), suspendeu suas atividades. Ela foi um dos 10 locais visitados ontem.

Fonte: AFP

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