13/12/2002 08h35 – Atualizado em 13/12/2002 08h35
WASHINGTON – No dia em que a Coréia do Norte abriu uma crise internacional ao anunciar a reativação de uma usina nuclear parada desde 1984, um outro país que os Estados Unidos incluem no chamado “eixo do mal” dá fortes indícios de reforço de seu programa atômico. Segundo a rede de TV CNN, imagens de satélite mostram que o Irã está construindo secretamente duas grandes instalações atômicas que poderiam ser empregadas na fabricação de armas nucleares.
Irã, Coréia do Norte e Iraque foram chamados pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de “eixo do mal”, sob acusação de serem patrocinadores do terrorismo e produtores de armas de destruição em massa. A Coréia do Norte anunciou recentemente que julgaria legítimo construir armas nucleares para sua defesa. O Iraque está sob inspeções da ONU e acusações de manter programas de armas químicas, biológicas e nucleares. O Irã nega que tenha interesse na fabricação de armas atômicas.
Mas duas grandes instalações nucleares, a que a Agência Internacional de Energia Atômica disse não ter acesso, estão sendo construídas nas cidades iranianas de Natanz e Arak. As obras foram reveladas por imagens de satélites comerciais. Especialistas do governo americano ouvidos pela CNN disseram que o tamanho e a estrutura das instalações sugerem que elas poderão ser usadas para construção de armamentos atômicos.
David Albrigth, do Instituto para Ciência e Segurança Internacional, que identificou as fotos, concorda com a avalialção. “O Irã parece estar construindo instalações nucleares muito grandes que poderiam ser parte de um esforço para fazer o material necessários para fabricação de armas nucleares”, disse Albright à CNN.
O embaixador do Irã nas Nações Unidas, Javad Zarif, negou com veemência que as instalações sejam para outra coisa que não produção de energia.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Hamid Reza Asefi, disse nesta sexta-feira que o programa de energia nuclear do país é estritamente para uso civil.
- O objetivo relacionado a esta questão é totalmente claro, transparente e pacífico, compatível com as convenções internacionais. O programa de energia nuclear foi aprovado vária vezes pela Agência Internacional de Energia Atômica e o Irã acredita que tem o direito de usá-lo para fins pacíficos – destacou o porta-voz.
Fonte: Reuters





