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terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Juiz acusado de matar mulher assiste ao próprio julgamento

13/12/2002 09h37 – Atualizado em 13/12/2002 09h37

Começou por volta das 9h, no Tribunal de Justiça de São Paulo, o julgamento do juiz Marco Antônio Tavares, 47, acusado de matar a mulher, a professora Marlene Aparecida Moraes, desaparecida em 22 de agosto de 1997. Segundo o TJ, o juiz está presente e acompanha a sessão.

Este é o primeiro caso de um juiz levado a júri por homicídio no Estado e o segundo na história do Judiciário brasileiro.

Para o Ministério Público, o julgamento poderá ser encerrado hoje em menos de cinco horas. Já os advogados de acusação e defesa acreditam que o julgamento só será concluído entre 17h e 19h.

Tavares, que trabalhava em Jacareí (75 km de SP), é julgado pelos 25 desembargadores que compõem o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado. Ele é acusado de matar a mulher, na época com 40 anos, e de ter ocultado o cadáver. O juiz nega.

A defesa de Tavares alega que a mulher estaria viva. A acusação tem os depoimentos de Morgana Ddocument.write Chr(39)Addea e Regina Corrêa de Moraes, amigas de Marlene que reconheceram o corpo da professora, encontrado no dia 30 de agosto daquele ano próximo à rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro, em Taubaté, com dois tiros e as digitais das mãos raspadas.

Do lado da defesa, há os depoimentos do oficial de Justiça de Jacareí Nivaldo Aparecido Bicudo e do delegado de polícia de Caçapava Eduardo Kepczynski, que, em dias diferentes, disseram ter visto a professora viva.

Bicudo afirma ter visto Marlene em Jacareí na manhã do dia 26 de agosto, quatro dias após a data em que ela teria sido morta. Já Kepczynski afirma ter visto a professora em Maceió (AL) meses depois de seu desaparecimento.

Para reforçar sua tese de que o corpo encontrado não é o de Marlene, a defesa alega, ainda, que o laudo do exame do DNA do corpo encontrado foi inconclusivo, ou seja, não teve condições de afirmar se o cadáver era ou não da professora.

Além disso, a defesa de Tavares questiona o exame da arcada dentária que comprovou ser o corpo de Marlene. Tânia Liz Tizzoni Nogueira, advogada de Tavares, questiona o reconhecimento do corpo por Morgana e Regina.

A defesa alega ainda que a roupa e o anel que Marlene usava, que ajudaram as amigas a identificar o corpo, são peças comuns.

Para a acusação, a estratégia da defesa de tentar provar que a professora está viva não vai funcionar. document.write Chr(39)Só se a defesa trouxer a Marlene viva para o julgamentodocument.write Chr(39), disse Mário de Oliveira Filho, advogado da família da vítima.

O caso

O inquérito policial sobre o caso concluiu que Tavares foi o autor do assassinato de Marlene.

A suspeita começou a recair sobre o juiz quando uma amiga da professora, Rosa Maria Mattos, afirmou à polícia ter recebido uma ligação de Marlene na véspera do suposto crime em que ela dizia estar com medo de ser morta pelo juiz. Outra evidência foi o depoimento de um porteiro da faculdade de direito onde Marlene estudava. Ele disse tê-la visto saindo com o juiz na noite anterior ao seu desaparecimento.

Há ainda o depoimento da funcionária de um supermercado que disse ter visto o juiz comprando luvas cirúrgicas na véspera do crime. No local onde o corpo foi achado, havia luvas cirúrgicas. A polícia também quebrou o sigilo telefônico de Marlene, que estava separada de Tavares havia cerca de dois meses, e constatou que ela recebeu ligações do ex-marido nos dias anteriores.

O processo vem tramitando em segredo de Justiça no TJ.

Fonte: Folha Vale

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