19/12/2002 13h26 – Atualizado em 19/12/2002 13h26
RIO – O presidente Fernando Henrique Cardoso reconheceu, há pouco, que uma das grandes falhas do seu governo foi não ter realizado a reforma da Previdência, que ele acredita que deve ser continuada para que seja possível ter uma moeda consolidada. “E estamos longe de ter”, disse Fernando Henrique, destacando a necessidade das reformas e do ajuste fiscal.
O presidente lembrou, durante almoço em sua homenagem, no Hotel Sofitel, zona sul da cidade, que o país, assim como o mundo, vai enfrentar desafios que não são domésticos e sim internacionais, devido à globalização. Na sua opinião, é preciso tirar um maior proveito dessas transformações. E lembrou as mudanças ocorridas no país nos últimos anos, fazendo questão de frisar que elas foram iniciadas antes mesmo do seu governo.
O presidente destacou, no entanto, que as inovações nunca são bem vistas pelas pessoas, “só mais tarde”. “No começo, as pessoas resistem porque a mudança traz medo, não traz confiança e não traz segurança”. Ele acrescentou que, por isso, o homem de estado deve ter firmeza para enfrentar o medo dos outros e avançar na convicção de seu governo. “Por mais que seja necessário uma certa têmpera, não digo de aço, mas que não seja de água. Mas, na verdade, ninguém consegue fazer isso se não tiver o calor da emoção do povo”.
O presidente se despediu deixando claro que vai procurar ser sempre “ex-presidente e candidato a nada”, e que pretende voltar à cidade do Rio de Janeiro, onde nasceu. Esta foi a última visita de FH ao Rio como presidente da República.
Fonte: JB Online
