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terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Briga entre vizinhos acaba em morte na Bahia

20/01/2003 08h39 – Atualizado em 20/01/2003 08h39

Uma briga entre vizinhos no Loteamento Nova Esperança, assentamento espontâneo situado em frente à Ceasa e mais conhecido como invasão da Cepel, terminou na noite de ontem com a morte a golpes de faca do ajudante de marceneiro Marcelo Ribeiro Nascimento, 19 anos. Conforme testemunhas, o rapaz foi morto pela adolescente V.A.S., 17, que evadiu-se após o crime. Responsável pelo levantamento cadavérico, a delegada Jacira Silvério do Nascimento, plantonista da 8ª Delegacia (CIA), aguarda confirmação da idade da acusada para encaminhar o caso à Delegacia do Menor Infrator (DAI).

O homicídio foi o desfecho de um desentendimento entre Marcelo e a dona de casa Noêmia Anjo dos Santos, mãe de V., registrado 15 dias atrás. Por ter flagrado o jovem urinando em frente a sua casa, a mulher teria espalhado o boato de que ele estava se masturbando na rua, desrespeitando as famílias do local. Sentindo-se caluniado, o rapaz decidiu interpelar a dona de casa e terminaram por discutir. O bate-boca foi presenciado por V.

Na noite de sábado, Marcelo passou pela porta de Noêmia e a cumprimentou, sendo correspondido, numa demonstração de que a desavença fora superada. V., entretanto, não aceitou a reconciliação e teve uma crise de choro ao ver a mãe e o vizinho conversando amistosamente. Preocupada, Noêmia disse ao rapaz que se mantivesse afastado, devido ao descontrole emocional da filha. “Ela me disse que se V. tivesse uma faca ia furar Marcelo todinho”, relata o também ajudante de carpinteiro Sílvio Ribeiro Nascimento, 23, um dos dois irmãos da vítima.

Por precaução, Sílvio pediu à mãe, Júlia Almeida Ribeiro, 53, que mantivesse Marcelo em casa e saiu às 19h para um culto no templo da Igreja Pentecostal Deus é Amor, situada nas proximidades. Ao retornar, por volta das 21h, viu um pequeno tumulto em frente à casa de Noêmia e testemunhou quando V. desferiu os golpes no irmão. Tentou interferir, mas foi ameaçado pela adolescente e saiu correndo. A vítima ainda desceu a ladeira em direção à chamada Lagoa da Cepel, onde tentou lavar os ferimentos, tambando com metade do corpo dentro da água.

O clima na invasão depois do homicídio era de revolta. Comentários sussurrados entre os moradores deixavam entrever a possibilidade de linchamento de V., caso voltasse para a residência da mãe, que também desapareceu no final da manhã. Alistado à Marinha, Marcelo iria se apresentar nos próximos dias, segundo o irmão. Para chegar em casa, situada no final da Rua Beira-Rio, uma ladeira íngreme e sem pavimentação que dá acesso à Lagoa da Cepel, os familiares de Marcelo têm que, necessariamente, passar pela porta da acusada.

Fonte: Correio da Bahia

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