20/01/2003 13h43 – Atualizado em 20/01/2003 13h43
Um paciente britânico em estado terminal viajou para a Suíça hoje para colocar fim à própria vida com a ajuda de uma clínica de “suicídio assistido”.
O caso histórico promete levantar uma nova polêmica em torno da rígida postura do Reino Unido no rechaço à eutanásia.
Reginald Crew, 74, sofre de uma doença degenerativa da parte motora de seu sistema nervoso, o que o deixou paralisado do pescoço para baixo. Crew será o primeiro britânico a viajar abertamente para a Suíça a fim de se matar.
Um porta-voz do grupo Dignitas, que oferece o suicídio assistido, disse que os médicos avaliariam o caso do britânico para saber se ele está em condições de tomar tal decisão. Se o sinal verde for dado, Crew deve receber hoje à noite os barbitúricos que o matarão.
A decisão do britânico de colocar fim a sua vida trouxe novamente à tona o debate sobre a eutanásia, ilegal no Reino Unido.
Um porta-voz da Sociedade de Eutanásia Voluntária (VES) disse que as leis do país sobre a eutanásia eram rígidas demais.
“As leis britânicas são as mais restritivas da Europa e se comparam apenas às da Irlanda”, declarou.
Em maio passado, a Bélgica uniu-se à Holanda na qualidade de únicos dois países da Europa a descriminar a eutanásia.
Na Suíça, onde não há leis sobre a prática, considera-se um ato humanitário a ajuda para morrer dada a um doente em estado terminal.
Crew viajará para a Suíça com sua mulher, Wyn, 71.
Segundo o VES, a britânica, ao voltar, pode sofrer um processo criminal sob a acusação de ajudar alguém a cometer suicídio. A pena prevista é de até 14 anos de prisão.
O grupo Alerta, contrário à eutanásia, lamentou a decisão de Crew: “Uma sociedade civilizada não diz: document.write Chr(39)Sim, você não serve mais para nadadocument.write Chr(39). Ao contrário, ela reconhece o valor da vida humana, sob qualquer condição.”
Fonte: Reuters



