21/01/2003 10h52 – Atualizado em 21/01/2003 10h52
A Coréia do Norte é um “problema real”, afirmou o primeiro-ministro da Grã-Bretanha Tony Blair, nesta terça-feira, mas o foco da preocupação global tem que continuar sobre o Iraque.
Falando em uma reunião com parlamentares, em Londres, Blair insistiu que a comunidade internacional tem que “lidar com os dois países”.
“Não acho que o foco tenha que ser exclusivamente no Iraque”, disse. “Por essa razão, o Conselho de Segurança das Nações Unidas terá em breve uma discussão sobre a Coréia do Norte”.
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“Mas o Iraque é uma questão séria”, acrescentou. “Se não lidarmos com o Iraque agora, a Coréia do Norte acreditará em nós? Qualquer país que estiver tentando adquirir essas armas vai acreditar em nós se nos esquivarmos?”
O primeiro-ministro mencionou que havia informações secretas vinculando “pessoas no Iraque à rede Al Qaeda”, mas enfatizou que as autoridades não podiam “ter certeza da exata natureza desses vínculos”.
Coréia do Norte e Estados Unidos estão envolvidos em um confronto desde que Washington declarou que autoridades norte-coreanas haviam admitido, em outubro passado, possuir um programa de armas nucleares — uma acusação que foi desmentida por Pyongyang.
Blair divergiu de críticos que argumentam que a ameaça norte-coreana deveria receber mais atenção.
“O que vem acontecendo com a Coréia do Norte é preocupante, por essa razão nós precisamos ter uma estratégia adequada para lidar com a questão na comunidade internacional”, respondeu.
“Quando falamos sobre Saddam, devemos refletir sobre seu regime”, argumentou Blair. “Todas as vezes que teve uma oportunidade, ele foi à guerra. Ele tem ameaçado outros vizinhos e usado armas de destruição em massa”.
A prova é “absolutamente clara” contra o Iraque, insistiu, e “não diminuiu” nos últimos dois meses.
Mas Blair defendeu “o caminho da ONU” e disse que o acúmulo de tropas dos Estados Unidos na região fazia parte do plano.
O premier afirmou ainda, sem entrar em detalhes, que informações de serviços de inteligência indicam que o regime iraquiano estava enfraquecendo.
“O que nós estamos fazendo no momento é aumentar a pressão sobre Saddam e seu regime”, justificou. “Ele sabe que a ameaça é real se não cooperar”.
Blair também se defendeu das reclamações de que estava seguindo sem questionar a liderança do presidente norte-americano, George W. Bush.
“Se George Bush não estivesse levantando a questão do Iraque e das armas de destruição em massa, eu o faria”, alegou.
Fonte: CNN





