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segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Dólar e safra norte-americana derrubam os preços agrícolas

21/01/2003 14h42 – Atualizado em 21/01/2003 14h42

O recuo foi o primeiro do ano e o segundo desde a segunda quadrissemana de maio do ano passado. Em relação à quadrissemana anterior, a queda foi de 4,46 pontos percentuais. O índice surpreendeu o diretor do Instituto de Economia Agrícola (IEA) do Estado de São Paulo, Nelson Martin. Para Martin, o mês de janeiro seria de manutenção dos preços em alta, sendo que a redução somente aconteceria a partir do mês de fevereiro. “Houve uma reversão nas expectativas de preços, que deveria se manter em alta. A queda nos subgrupos dos vegetais (grãos, frutas e olerícolas), provocou essa retração”.

Commodities

A queda foi “puxada” principalmente pelos produtos que têm sua cotação em dólar, ou seja, as commodities, produtos em estado bruto ou primários, de importância comercial. Os produtos afetados pela retração foram: o café (5,18%), a soja (5,17%), o milho (8,73%) e a laranja (14,16%). “A laranja foi o produto que mais sofreu, pois a demanda caiu nos últimos tempos e também em razão do recuo da cotação da moeda norte-americana.” Segundo Martin, a previsão de safra divulgada pelos Estados Unidos também colaborou para deprimir o preço desses produtos. “Todas as commodities apresentaram redução de preços, apenas o trigo permaneceu estável.” A maior queda, de 16,14%, no entanto, foi registrada por um produto de origem animal, o ovo. “Em dezembro a demanda estava muito aquecida e o preço subiu muito, porém, durante o período de férias o consumo diminui.” O pesquisador afirma ainda que a situação dos produtos agrícolas também é ruim internamente. “Estamos andando devagar no mercado interno em relação aos produtos agrícolas, pois o novo governo está analisando a situação para depois atuar.” Destaques positivos Já o produto que obteve a maior alta na segunda quadrissemana de janeiro foi a cebola (60%). Segundo o diretor do IEA, essa elevação se deve ao fato de o produto estar na entressafra, o que promove uma redução da oferta.

O leite foi outro produto cuja cotação avançou 4,76% no período. O preço do leite, após manter níveis estáveis por vários meses, voltou a crescer em pleno início da safra, em função da baixa oferta do produto, fruto da crise de preços observada no segundo semestre de 2001 e no primeiro semestre de 2002, com forte liquidação de plantéis leiteiros. Dos 19 produtos analisados pelo Instituto de Economia Agrícola de São Paulo, oito apresentaram crescimento nos preços: algodão, banana, cana-de-açúcar, cebola, aves, boi gordo, suíno e leite. Nove tiveram reduções: amendoim, batata, café, feijão, laranja, milho, soja, tomate e ovos. O arroz e o trigo mantiveram-se estáveis.

Fonte: Panorama Brasil

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