21/01/2003 14h04 – Atualizado em 21/01/2003 14h04
O preço do petróleo recuou um dólar no mercado americano, depois de chegar a US$ 34,50, uma das maiores altas dos últimos dois anos.
A redução foi provocada pela notícia de que petroleiros venezuelanos estão voltando a sair do país, depois da greve geral que paralisou as exportações da Venezuela.
Às 12h27, horário de Brasília, o barril do petróleo cru estava sendo negociado a US$ 33,50 nos Estados Unidos e a US$ 30,31 em Londres. No mercado londrino, o barril chegou a ser negociado a US$ 31,08.
“O mercado reagiu aos relatos de que os petroleiros venezuelanos estão sendo carregados”, disse o analista Lawrence Eagles, do GNI Research.
Tendência de baixa
“O mercado continua volátil, mas a tendência é de baixa”, disse Bernando Hartogs, analista de Petróleo da Mar Petrochemicals, em Londres.
O preço do petróleo alcançou o seu maior nível desde dezembro de 2000 na manhã desta terça-feira, em conseqüência do aumento do envio de mais tropas para o Golfo Pérsico e dos temores de uma guerra iminente no Golfo Pérsico.
O mercado está cada vez mais volátil e o aumento da probabilidade de uma guerra contra o Iraque aumentou os temores de possíveis problemas de abastecimento.
“A manchete que atraiu atenção foi a do movimento de tropas no golfo”, disse o analista do Barclays Capital, Kevin Norrish à agência AFP pela manhã.
Nervos
Os Estados Unidos confirmaram na segunda-feira que estão enviando 37 mil soldados para o Golfo, e a Grã-Bretanha anunciou estar mandando um quarto do efetivo de seu exército, em preparação a uma possível guerra contra o Iraque.
Antes da notícia do retorno do carregamento de petroleiros venezuelanos, Simon Games-Thomas, um analista independente em Londres, havia dito que o barril pode superar a barreira dos US$ 35, acrescentando que “os mercados estão bastante nervosos”.
“Os prospectos de guerra não estão diminuindo e operadores estão nervosos, com medo de serem pegos de calça curta”, diz o analista de petróleo do Commerzbank, David Thomas.
US$100 o barril
O ex-ministro saudita de Petróleo, xeque Ahmed Zaki Yamani, alertou para o perigo do preço do barril chegar a US$ 80 ou até a US$ 100. Saddam “pode destruir os poços de petróleo iraquianos”, acredita.
O preço do petróleo subiu mais de 30% nos últimos dois meses, por causa de temores de que o abastecimento do produto possa ser prejudicado por uma greve no Golfo Pérsico.
A disparada do preço também foi alimentada pela paralisação das exportações venezuelanas causadas pela uma greve geral no país, que entrou no seu 51º dia.
Além de ser o quinto maior produtor de petróleo do mundo, a Venezuela é o maior fornecedor do produto dos Estados Unidos.
Fonte: BBC




