24/01/2003 09h44 – Atualizado em 24/01/2003 09h44
TURIM – A família Agnelli, proprietária da Fiat, anunciou nesta sexta-feira a morte de seu patriarca, Gianni, um dos mais poderosos e eficientes empresários da Itália.
Agnelli, de 81 anos, estava com a saúde bastante debilitada desde o ano passado, quando viajou aos Estados Unidos para se submeter a um tratamento contra câncer de próstata.
Presidente honorário da Fiat, Agnelli deixou seu nome na história da Itália ao transformar a empresa familiar em uma potência mundial.
“Giovanni Agnelli morreu em casa, em Turim, após meses de enfermidade”, informou a família, por meio de um curto comunicado.
“Sua esposa, Marelli, sua filha Margherita, e a família dela estavam presentes”, concluiu.
Justamente nesta sexta-feira, Gianni Agnelli deveria comandar uma reunião de família para discutir o futuro da Fiat.
Abalada pela queda drástica nas vendas, a montadora foi obrigada recentemente a adotar um plano de reestruturação que resultou na demissão de mais de oito mil funcionários.
No mês passado, as ações da Fiat atingiram sua maior baixa em 20 anos. A família Agnelli detém 30 por cento do controle acionário da companhia.
Com a morte de Gianni, como Giovanni era mundialmente conhecido, abre-se uma disputa pela liderança do clã mais famoso da Itália.
O mais provável seria que Umberto, seu irmão de 69 anos, assumisse o comando. Entretanto, Gianni não escondia a preferência pelo neto John Elkann, que tem pouco mais de 20 anos.
Uma saída, segundo analistas, seria Umberto ocupar a presidência da Fiat, tendo Elkann, seu sobrinho, como vice.
Após o anúncio da morte de Gianni Agnelli, as ações da Fiat subiram 4,8 por cento na Itália. Economistas acreditam que a ausência do patriarca poderia provocar uma mudança radical no grupo, inclusive com sua aquisição pela maior montadora do mundo, a General Motors.
“Sua morte significa que temos agora uma situação completamente diferente”, comentou um analista ouvido pela agência Reuters. “Fica aberta a questão sobre o que acontecerá à Fiat Auto, pois ele era visto como o homem que queria preservar a companhia”.
Fonte:CNN