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sábado, 20 de dezembro de 2025

Lula lança o Fome Zero

31/01/2003 19h14 – Atualizado em 31/01/2003 19h14

Dezessete governadores, prefeitos, parlamentares, ministros. O lançamento oficial do Fome Zero, no Palácio do Planalto foi concorrido. Na prática, o programa só começa na semana que vem, no Piauí. E assim mesmo numa fase experimental.

Ministros irão ás cidades de Guaribas e Acauã. Quinhentas famílias desses municípios começam a receber os primeiros cartões de alimentação, no valor de R$ 50.

Comitês municipais vão orientar quais produtos poderão ser comprados e como vai ser feita a comprovação do gasto. Guaribas e Acauã vão servir de piloto. É um programa ambicioso.

Até o fim do ano, o governo promete que o Fome Zero vai atender a mil municípios do semi-árido, que por causa da seca, estão em situação de emergência. Em quatro anos, a meta do programa é beneficiar a 46 milhões de brasileiros, que segundo o governo, vivem com menos de US$ 1 por dia.

O programa vai ainda aumentar o dinheiro da merenda da pré-escola. Hoje, para explicar o programa o governo usou siglas:

“Por coincidência, o Ministério de Combate à Fome se chama Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e as iniciais formam a palavra Mesa”, fala o assessor especial da Presidência, Frei Beto.

Para frei Beto, as iniciais das outras entidades envolvidas no projeto representariam os pratos, os talheres, o sal e o copo – o conselho cooperativo do Programa Fome Zero.

O presidente Lula anunciou o programa lembrando que outros governos já tentaram enfrentar o problema da fome. Não conseguiram, segundo ele, porque os programas não foram prioritários nem a sociedade foi mobilizada. O presidente disse ainda que os países mais ricos também precisam colaborar e que a fome não será vencida com medidas isoladas do governo.

Pela primeira vez, o presidente respondeu às críticas de que o programa seria apenas assistencialista.

“O programa Fome Zero é complexo. Tão complexo quanto o inimigo que ele pretende combater. É por isso que o Fome Zero é mais, muito mais, que um programa de doação de alimentos. Essas doações emergenciais são necessárias, mas não acabam com o problema. É preciso não apenas neutralizar os efeitos da fome, mas sobretudo suas causas”, diz Lula.

A saída então, segundo o presidente, não pode ser apenas emergencial.

“É preciso dar o peixe e ensinar a pescar ao mesmo tempo. Ensinar a pescar é fazer a reforma agrária, incentivar a agricultura familiar, é estimular o cooperativismo. Ensinar a pescar é enfim, libertar milhões de brasileiros, definitivamente, da humilhação das cestas básicas”, acredita Luiz Inácio Lula da Silva.

Para o presidente vencer a fome,vai ser como enfrentar uma guerra.

“Precisamos vencer a fome, a miséria e a exclusão social. Nossa guerra não é para matar ninguém, é simplesmente para salvar vidas”, afirma.

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