08/04/2003 14h56 – Atualizado em 08/04/2003 14h56
A secretaria de Saúde de São Paulo está em busca de um tradutor para analisar o que pode vir a ser mais um caso suspeito de pneumonia atípica. Um menino chinês está internado desde ontem na área de isolamento do Hospital das Clínicas da Universidade de Campinas (Unicamp). Todos os responsáveis pela criança só falam chinês e, com isso, resta uma dúvida para os técnicos do Centro de Vigilância Epidemiológica: não se sabe se ele teve os primeiros sintomas 10 ou 11 dias após chegar ao Brasil. A criança esteve na província chinesa de Guangdong, onde até ontem já tinham sido registrados 1268 casos da doença, com 53 mortes.
Se o menino tiver tido os sintomas 11 dias depois de ter chegado ao Brasil, ele não será notificado como caso suspeito da Síndrome Respiratória Aguda Grave, a pneumonia atípica. Segundo a secretaria de Saúde o vírus fica incubado por apenas 10 dias e, a partir disso, os sintomas já não seriam vinculados à doença.
Na Bahia, outro chinês com suspeita de estar contaminado está internado no Hospital Aliança, em Salvador. Wong Hoi Hung, de 44 anos, é natural de Hong Kong, mas as autoridades sanitárias ainda não sabem de onde ele veio recentemente. Hong Kong é uma das cidades com altos índices de doentes e até ontem já tinha registrado 883 casos de pneumonia atípica e 23 mortes relacionadas à doença.
O menino internado em São Paulo já estaria apresentando melhora na febre e poderia ter alta ainda hoje. O hospital informou que divulgará nota oficial sobre o caso. O HC é uma das três instituições de São Paulo que podem receber supostas vítimas da doença, por ter áreas de isolamento apropriadas.
Em São Paulo, há, por enquanto, apenas um caso suspeito, o da jornalista Sally Blower, internada no Hospital Albert Einstein. Ela esteve na Malásia e em Cingapura e apresenta todos os sintomas da doença. Os exames que podem comprovar se a jornalista contraiu ou não o vírus devem ficar prontos amanhã, segundo anunciou o ministro da Saúde, Humberto Costa.
Já houve outros casos em São Paulo que foram anunciados como suspeitos e, na verdade, eram de pneumonia comum ou do vírus Influenza, o que causa a gripe. Na semana passada, o Hospital São Paulo anunciou que o caso de um engenheiro japonês era suspeito, mas, na verdade, ele era vítima apenas do vírus Influenza e já teve alta.