11.4 C
Três Lagoas
quinta-feira, 3 de julho de 2025

Gás provoca nova revolução industrial, diz Delcídio

01/10/2003 09h37 – Atualizado em 01/10/2003 09h37

O gás natural está provocando uma segunda revolução industrial no mundo e o Brasil não pode ficar fora do processo. A análise é do senador Delcídio do Amaral (PT/MS), expressa em artigo publicado na edição deste mês da Revista da UnB (Universidade de Brasília).

Segundo o parlamentar, as matrizes energéticas da Comunidade Européia, por exemplo, que eram baseadas no uso do carvão, de derivados de petróleo ou energia nuclear, hoje estão 20% compostas pelo gás natural. Nos Estados Unidos, o produto já produz um quarto de toda a energia elétrica consumida.

“O Brasil não pode ficar fora dessa revolução. Temos reservas modestas, incompatíveis com o tamanho do país. Mas ao lado está a Bolívia, estufada de gás, e que precisa negociá-lo. O gás é responsável por cerca de 80% das exportações do país vizinho. Assim, foi construído o gasoduto Bolívia-Brasil. Esse gasoduto pode disponibilizar 30 milhões de metros cúbicos por dia. Somando-se seus ramais direcionados para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste ao gás das bacias de Campos e de Santos, chegamos aos 50 milhões de metros cúbicos diários. Não é desprezível. A cifra representa a metade da produção da Argentina, onde o gás é responsável por 40% da matriz energética”, descreve o artigo do senador.

Na avaliação de Delcídio do Amaral, o gás apresenta pelo menos três vantangens. Não contém compostos de enxofre, “presentes no carvão e no petróleo, que prejudicam as colheitas e provocam doenças respiratórias”; produz menos gás carbônico, o grande responsável pelo efeito estufa; não gera resíduos de óxidos de nitrogênio.

O parlamentar comenta que as hidrelétricas existentes no País vão continuar dominando a matriz energética, mas as termelétricas podem complementar e otimizar o sistema brasileiro. O apagão de 2000-2001 mostrou essa necessidade, diz ele, mesmo com os brasileiros, depois do racionamento, passarem a consumir 30% menos energia elétrica.

Um dos impasses, por enquanto, são as tratativas do governo brasileiro com a Bolívia, na tentativa de tornar o gás mais barato. “Esperamos que essas negociações, mais providências internas que poderão ser tomadas no bojo da reforma tributária, tornem o gás cada vez mais acessível. Estamos convencidos de que um planejamento consistente da nossa economia, capaz de gerar empregos e de trazer para o país relevantes ganhos sociais, não pode ignorar a revolução do gás natural”, analisa Delcídio do Amaral, completando que “não podemos depender mais de São Pedro. Esse tempo já passou”.

Fonte:Campo Grande News

Leia também

Últimas

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.