07/10/2003 09h09 – Atualizado em 07/10/2003 09h09
Os deputados federais pastor Reginaldo (PTB/RS), César Medeiros (PT/MG) e Orlando Fantazzini (PT/SP), da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, visitam no início da tarde a aldeia Buriti para conversar com os índios sobre as condições de vida deles e saber sobre o conflito que existe com fazendeiros por terras indígenas. A vinda dos parlamentares, que desembarcam em Campo Grande às 10h10, faz parte da 5ª Caravana de Direitos Humanos. O deputado estadual Pedro Teruel (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, conduzirá o grupo à aldeia. À tarde, às 16h, os parlamentares participam de uma audiência pública sobre a situação dos indígenas.
Segundo Teruel a visita à aldeia deve durar cerca de três horas. Os parlamentares irão conversar com os índios para saber sobre a origem do conflito e o clima na região. A aldeia fica em Sidrolândia, perto da divisa com Dois Irmãos do Buriti.O grupo decidiu vir a Mato Grosso do Sul para verificar a questão indígena por ser um dos temas alvo de denúncia na Comissão por violação de direitos humanos. Teruel considera importante a visita, porque representa o envolvimento da Câmara Federal com o tema. Ele informa que ao final do levantamento sobre a situação dos índios no Brasil, a Câmara Federal deverá cobrar uma posição do governo federal.
Na audiência pública, às 16h, o conflito por terras será confrontado entre os setores envolvidos- ruralistas, índios, Funai (Fundação Nacional do Índio) e Ministério Público Federal.
O grupo escolheu a aldeia Buriti por ser o principal foco de conflito entre ruralistas e índios no estado. No final de agosto, foi preciso intervenção da Justiça Federal, governo estadual, Polícia Federal e Ministério Público federal para evitar um conflito. Os índios invadiram 4 fazendas e proibiram o acesso dos donos das áreas. Eles acabaram saindo das fazendas- mas permanecem em outras 7- depois que foi definida a realização de um estudo antropológico com pesquisadores indicados pela Funai, ruralistas e Justiça Federal para apontamento da área indígena. Há um estudo anterior, feito em 2001 pelo antropólogo Gilberto Azanha, contratado pela Funai, que apontou 17 mil hectares na região- exatamente onde estão as fazendas invadidas- como sendo indígenas.
Em Mato Grosso do Sul, há conflito por áreas em Antônio João, Dourados, Juti e também, recentemente, estudo apontou propriedades rurais como sendo área indígena em Miranda e Aquidauana. O laudo já foi contestado na Justiça.
Fonte:Campo Grande News