11/10/2003 11h23 – Atualizado em 11/10/2003 11h23
Partir para um confronto armado na tentativa de dividir o sul de Mato Grosso não era o desejo dos divisionistas, segundo a historiadora da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), Alisolete Weingartner. Ela explica que a partir da participação na Revolução Constitucionalista, em 1934, alguns líderes sul-mato-grossense colheram milhares de assinaturas em favor da divisão e as enviaram para Getúlio Vargas. O ano de 1934 era também o da criação da Assembléia Nacional Constituinte, que com fortes idéias socialistas acabou sendo chamada de ‘Polaca’. Mesmo com o desejo da divisão, a Constituição é homologada, e o estado não é criado. O principal motivo foi a participação do sul de Mato Grosso na revolução. Como Cuiabá ficou do lado de Getúlio, ele alegou pressão de seus apoiadores.
Outra tentativa de divisão do Estado acontece em 1943, diante da crise mundial provocada pela segunda grande guerra, Getúlio Vargas objetivava criar a companhia siderúrgica nacional e, entre os principais minerais a alimentar a indústria estão o ferro e manganês, ricamente encontrados na região de Cuiabá.
Pouco antes, em 1940, o presidente já havia determinado a construção do Aeroporto em Campo Grande e criou o destacamento da base aérea, uma forma de proteção. Afinal, era período de guerra, e Campo Grande exercia posição estratégica.
Acontece ainda em 1943 a visita de Getúlio ao sul de Mato Grosso. Ele inicia sua passagem na fronteira, passa por Corumbá, conhece as minas de urucum e só depois vai a Cuiabá. Quando chega à capital federal, o Rio de Janeiro, determina a criação do território de Ponta Porá. O decreto não correspondeu às expectativas nem do governo de Cuiabá, nem dos divisionistas e nem mesmo da Companhia Mate Laranjeira.
Fonte:Campo Grande News