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sábado, 28 de junho de 2025

Schumacher conquista o hexacampeonato

13/10/2003 08h37 – Atualizado em 13/10/2003 08h37

O caráter mítico de um herói manifesta-se depois de ele, pelas mais variadas razões, deixar de exercer com coragem, eficiência, dedicação, desprendimento a atividade que o diferenciou de todos, o transformou em único no que faz. Mas não é uma lei dos homens. Michael Schumacher é a prova disso.

O sexto título mundial conquistado neste domingo no encerramento da temporada, no GP do Japão, reforçou ainda mais essa impressão: Schumacher é um mito vivo, no auge de seu desempenho. Sorte dos que gostam de automobilismo. Novos shows vêm por aí, embora neste domingo tenha sido Rubens Barrichello, seu companheiro, o vencedor. “Não me comparem com Fangio, por favor. Eu o coloco num plano muito mais alto do que me vejo”, disse neste domingo o alemão da Ferrari, que acabara de superar o argentino, vencedor de cinco títulos, sem demonstrar quase emoção alguma. “Eu não me sinto campeão, é estranho. As outras vezes foram, em geral, com vitórias, enquanto hoje obtive o oitavo lugar, a última colocação a marcar pontos”, disse Schumacher. “Penso que o quinto título seguido da nossa equipe, diante das dificuldades que tivemos no início do ano e na altura dos GPs da Alemanha e Hungria é mais representativo que a minha conquista.”

E justificou: “Depois de tudo que ouvimos, de que estávamos mortos, resgatar nossa competitividade, darmos a volta por cima e sermos campeões é o melhor exemplo do quanto a Ferrari é capaz.” Curiosamente, alguém que desconhece sua trajetória na Fórmula 1 e o viu correr neste domingo, em Suzuka, não associou Schumacher à fenomenal obra que está deixando. Ele errou várias vezes e por pouco não se complica feio.

Kimi Raikkonen, da McLaren, seu adversário na luta pelo campeonato, classificou-se em segundo. E só não venceu colocando o sexto título de Schumacher em xeque porque Rubens Barrichello assumiu, ao menos neste domingo, o papel que normalmente é o do companheiro, e deu enorme demonstração de competência ao vencer a prova e garantir o título de construtores para a Ferrari, o quinto seguido, 13º da sua história. David Coulthard, McLaren, completou o pódio em terceiro.

Schumacher tornou as coisas difíceis para si próprio ao errar na 6ª volta, envolvendo-se num incidente com Takuma Sato, da BAR, e na 42ª, com seu irmão, Ralf, da Williams, e Cristiano da Matta, Toyota, sétimo colocado neste domingo. “Disputei uma corrida maluca. Comecei bem (largou em 14º) e eu e Sato fomos avançando. Como os outros pilotos me abriam caminho, porque estava mais veloz, achei que o Sato faria o mesmo”, contou. “Mas ao colocar a Ferrari por dentro, na freada da chicane, ele fechou de uma vez e perdi o aerofólio dianteiro. Claramente uma estupidez minha.”

Tensão – Schumacher estava visivelmente nervoso. “Eu tinha de me garantir por mim mesmo, Rubens liderava, é verdade, o que me dava já o título, mas ninguém está imune a ter um problema.” Quando retornou à pista depois de trocar a frente da Ferrari, ocupava a última colocação. “A partir daí minha corrida foi caótica, uma das mais difíceis que participei. Em vários momentos pensei que poderia perder tudo porque a equipe me informava sobre Raikkonen e ele ganhava posições a cada volta.”

Outro fator que o fazia perder o equilíbrio, seus erros comprovam, era sua estratégia: “Eu teria de parar três vezes e sabia que havia pilotos preparados para dois pit stops. Não dá para esconder que quando finalmente assumi a oitava colocação senti enorme alívio.” O alemão só garantiu a posição que, independente de Rubinho ou Raikkonen vencerem, lhe dava o sexto título na 33ª volta, a 20 da bandeirada. “Estou confuso demais, exausto. Quando me envolvi no incidente com Cristiano da Matta e Ralf, freei tão forte que um pneu ficou quadrado e a partir daí o carro vibrava tanto que a pista parecia pular à minha frente.” Deu mais detalhes: “As tensões da prova não me deixaram sentir ainda a conquista do título.”

Ross Brawn, diretor-técnico da Ferrari, comentou a conquista: “Estou ficando velho para tantas emoções. É típico de Michael, ele sempre encontra uma maneira de tornar o evento especial, tivemos outro fim de semana dos sonhos.”

O engenheiro inglês se referia à terceira vitória seguida da Ferrari, no momento decisivo do Mundial. Já Jean Todt, elogiou Rubinho e todo o grupo: “Enzo Ferrari se orgulharia do nosso trabalho.” A Ferrari volta a treinar dia 25 de novembro, na abertura dos testes para a temporada 2004, com Michael Schumacher já visando seu sétimo título.

Fonte:Ibest

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