15/10/2003 08h22 – Atualizado em 15/10/2003 08h22
Conscientizar os moradores próximos ao córrego Vendas, em Campo Grande, da importância de se conservar a limpeza do local, é um dos objetivos do projeto “As condições atuais do córrego Vendas”, que está sendo desenvolvido por professores e alunos do colégio Eduardo Santos Pereira, em parceria com a ONG (Organização Não-Governamental) IPRH (Instituto de Pesquisa de Recursos Hídricos).
Além de levar informações à população ribeirinha, referentes aos males que a sujeira pode causar à saúde, a iniciativa visa, após estudos e levantamento de dados, tornar a água potável e construir um parque florestal na praça Itanhangá, que fica atrás do colégio, no Bairro Itanhangá Parque.
Divididos por grupos temáticos, alunos do ensino fundamental e médio da escola estão visitando a nascente do córrego, que fica próximo à escola Hércules Maymone, para a coleta de dados. “Imaginei que fosse mais limpinho. As pessoas não percebem as conseqüências de um pequeno ato, como jogar um papelzinho próximo ao córrego”, conta Estela Menchon, de 15 anos, aluna da 1ª série do Ensino Médio. Ela faz parte da equipe de 10 alunos responsáveis pela elaboração do Jornal do Projeto.
Promover essa conscientização entre os estudantes, in loco, também é objetivo da iniciativa, segundo informa a diretora da escola, Inês Andreolli Saltão. Depois de quase ser agredida por um morador, por tentar convencê-lo a não jogar lixo no local, e contrair dengue duas vezes, Inês decidiu elaborar um projeto que atuasse conscientizando as pessoas. “Não adianta solicitar a limpeza da área, se depois os moradores voltarão a poluir. É preciso que eles entendam o quanto é prejudicial o depósito de lixo na região”, diz.
Para tanto, está sendo realizado nesta quarta-feira, Dia do Professor, um mutirão de conscientização e limpeza da nascente. De acordo com a professora Luciana Albernaz César, cerca de 50 alunos estão coletando o lixo às margens do córrego, separando o material reciclável, e também irão orientar as pessoas que residem às margens do córrego. “Com folders e outros materiais explicativos vamos orientá-los a não poluir mais o local”, conta Inês.
Depois disso, os grupos de estudantes continuarão as pesquisas, que seguem uma metodologia científica, divididas por categorias: fauna e flora, análise físico-quimica da água, utilização do GPS para a documentação das espécies, estudo da mata ciliar, qualidade da água e vida na água.
Os resultados serão apresentados na Feira Científica, que será realizada no dia 14 de novembro, no colégio Eduardo Santos Pereira. “Com esse material em mãos, vamos procurar os órgãos públicos para tentar viabilizar a construção do parque florestal”, explica.
Fonte:Campo Grande News