20/10/2003 13h56 – Atualizado em 20/10/2003 13h56
Vários segmentos da comunidade negra do país se reuniram para discutir e elaborar políticas públicas que possam ser adotadas para melhor inserção do negro na sociedade. O Seminário sobre Segurança Alimentar e População Negra propõe que a questão social do negro seja reconhecida e tratada mais profundamente pelos programas do governo, como o Fome Zero. O seminário irá debater temas nas áreas da agricultura, alimentação (Cartão-Alimentação), sustentabilidade e educação.
Maria Aparecida Bento, única representante negra no Conselho de Segurança Alimentar (Consea), diz que atingir pobres não é necessariamente atingir a questão social do negro no Brasil. Para ela, devem existir políticas específicas para atingir, por exemplo, a alimentação de crianças quilombolas, que comem alimentos distintos das outras crianças.
Um dos principais alvos do seminário é o programa Fome Zero, que tem como público prioritário o semi-árido, as comunidades quilombolas, acampamentos rurais, lixões e aldeias indígenas sub-nutridas. Segundo o ministro da Segurança Alimentar, José Graziano, nove entre dez pessoas no Nordeste, abaixo da linha da pobreza, são afro-descendentes. Daí a importância manifestada pelas comunidades negras para que o programa trate de forma específica a condição do negro. “Um tema social só encontra saída no dia em que ele ingressa na agenda política”, ressaltou Frei Betto, assessor especial da presidência da República.
O resultado dos trabalhos do seminário será entregue amanhã (21) na Câmara dos Deputados, no Senado e para seis ministros, além de apresentado formalmente ao presidente da República e no Consea.
Fonte:Agora MS