20/10/2003 08h44 – Atualizado em 20/10/2003 08h44
Cinquenta anos depois da primeira fluoretação do Brasil e passados quase 30 anos desde que uma lei tornou a medida obrigatória, 60% dos municípios brasileiros ainda não têm o flúor na água consumida por sua população. Essa substância tem potencialidade para reduzir em 60% os índices de dentes cariados, perdidos e obturados.
Segundo avaliação precária do Ministério da Saúde, que preparou uma comemoração para o cinquentenário na próxima semana, a cobertura populacional da fluoretação não passa de 70 milhões de pessoas (56,4%). Nenhum morador do Acre, do Amazonas, do Maranhão, da Paraíba e do Rio Grande do Norte teve acesso a esse benefício até hoje.
Está comprovado que o uso do flúor tem resultados positivos nas populações de menor renda. O impacto é alto, e o custo, baixo.
O CDC (Centro de Controle de Doenças dos EUA) calcula que manter uma pessoa beneficiada pela fluoretação ao longo de toda a vida custa o equivalente a uma restauração dentária.
No Brasil, o estudo clássico estima o custo anual em R$ 0,50/habitante. Por tudo isso, a fluoretação é considerada uma das dez maiores conquistas da saúde pública no século passado.
É ao flúor, principalmente, que os especialistas devem a queda do índice CPO (de dentes cariados, perdidos e obturados) entre crianças no país. Só no Estado de São Paulo, houve redução de 64% em dez anos, até 2002.
Levantamento em curso sobre a saúde bucal do brasileiro mostra que hoje, na faixa dos 12 anos, o índice é 3,2, em média, no país, próximo da meta da Organização Mundial da Saúde –taxa menor ou igual a 3 nessa faixa etária.
Fonte:Agora MS