27/10/2003 15h39 – Atualizado em 27/10/2003 15h39
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, será interrogado pela Procuradoria de seu país sobre dois casos de corrupção nos quais é suspeito de aceitar suborno de empresários israelenses e estrangeiros. O comparecimento do primeiro-ministro está previsto para a quinta-feira, e acontecerá, devido a sua hierarquia política, no lugar onde ele escolher, diferentemente de outros casos em que o suspeito é convocado às dependências policiais comuns.
O interrogatório do primeiro-ministro, que foi aprovado pelo assessor jurídico do Governo israelense e chefe da Procuradoria Geral, está relacionado a dois casos de suborno com ramificações internacionais. O primeiro tem a ver com um empréstimo milionário que recebeu do empresário sul-africano Ciryl Kern para devolver doações ilegais durante sua campanha eleitoral de 1999.
A campanha foi dirigida por seu filho Omrí, agora deputado do Likud, mas a Polícia sustenta que Sharon sabia perfeitamente das irregularidades financeiras da campanha.
O segundo caso, mais conhecido como o “processo da ilha grega”, está vinculado a um empresário israelense, David Apel, que buscava fazer negócios na Grécia e que se valeu da influência de Sharon, sendo este ministro de Relações Exteriores, para potencializar sua imagem diante das autoridades que deviam aprovar seu projeto. A polícia considera que em troca dessa ajuda um dos filhos de Sharon, Guilad, foi empregado pelo empresário a um salário ostentosamente desproporcionado para a função que cumpria, no que foi interpretado como um pagamento indireto ao atual primeiro-ministro.
O interrogatório de Sharon segue o silêncio de seu filho Guilad nas investigações e a negativa deste a entregar qualquer documentação sobre seus negócios com Apel, postura que irritou a Polícia e a Procuradoria. Ambos organismos se vêem incapacitados de avançar na investigação porque Guilad vive com seu pai na Fazenda Hashikmim (Sicomoros) do Néguev, por isso a imunidade parlamentar do chefe do Governo os impede de entrar nela para buscar a documentação com a ajuda de uma ordem judicial de revista.
Seu segundo filho, Omrí, também desfruta de imunidade, ao ser eleito deputado nas eleições de janeiro. O escândalo em ambos os casos veio à tona antes dessas eleições, mas não influenciaram em nada o eleitorado.
Fonte:Agora MS