22/11/2003 10h10 – Atualizado em 22/11/2003 10h10
A caixa de isopor que continha as amostras estava em um orelhão, sem o papel de revestimento e sem o lacre. A polícia recuperou o material com ajuda do disque-denúncia.
A pesquisadora Dália dos Prazeres, que transportava o material em um carro quando foi abordada por assaltantes, que levaram o veículo, esteve no local para confirmar a autenticidade e condições das amostras.
“Estou aliviada. O que preciso agora é ir para casa e descansar. Tentar esquecer o que aconteceu”, disse.
Durante a tarde, o presidente da Fiocruz, Paulo Buss, afirmou que o temor de contaminação provocado pelo roubo do material não passara de um engano. Ele desmentiu que o material contivesse bactérias que pudessem provocar doenças como febre tifóide e cólera. O risco para quem ingerisse o conteúdo das amostras, segundo ele, seria apenas de diarréia.
“Se uma pessoa abrir a caixa, não terá problema. Agora, se colocar na boca, terá uma infecção intestinal (…) se estiver com o sistema imunológico muito baixo, poderá ter uma infecção mais aguda. Mas há 99 por cento de chance de que tenha uma diarréia”, afirmou, durante entrevista à imprensa durante a tarde, antes de o material ter sido recuperado.
Para ele, a pesquisadora Dália dos Prazeres “superdimensionou” a consequência do roubo, talvez por estar emocionalmente abalada em razão do assalto.
A própria pesquisadora, que também participou da entrevista coletiva, reconheceu que pode ter sido mal interpretada por conta de seu estado emocional.
“Estava com uma criança de quatro anos no carro, minha mãe de 80 anos, com patrimônio do governo e com a minha irmã, e [havia] armas apontadas para as nossas cabeças (…) Estou confusa por causa do assalto. Talvez tenha usado uma terminologia diferente, sendo mal interpretada”.
As amostras foram enviadas ao instituto de criminalística Carlos Éboli e depois serão encaminhadas para o Instituto Médico Legal, para finalmente serem devolvidas à Fiocruz.
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