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terça-feira, 27 de maio de 2025

Brasil não abandona princípios para fechar negócios, diz Amorim

10/12/2003 16h01 – Atualizado em 10/12/2003 16h01

TRÍPOLI (Reuters) – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reagiu nesta quarta-feira à notícia de que o Brasil ficou fora do grupo de nações que poderão disputar os lucrativos contratos da reconstrução do Iraque, dizendo que o Brasil não abriria mão de seus princípios para obter posição comercial privilegiada.

A lista, elaborada pelos Estados Unidos, exclui empresas de países que não apoiaram a guerra no Iraque.

“Se a política externa não fosse essa, nós estaríamos dando demonstração de falta de valores. Acho que os princípios da política externa não são feitos só em função de trocas de produtos. O Brasil não trocará princípios por produtos”, afirmou Amorim a repórteres, em Trípoli, capital da Líbia.

Os Estados Unidos reservaram verba de 18,6 bilhões de dólares para investir na reconstrução do Iraque. As licitações para os projetos devem ser apresentadas nos próximos dias.

Para o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, o caminho para o Brasil é tentar participar da reconstrução do Iraque por meio de sub-contratações.

“Já sabíamos que não poderíamos participar. Seria grande novidade se o Brasil estivesse na lista”, afirmou ele.

O ministro lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se opôs à guerra no Iraque desde o início, afirmando pessoalmente ao colega norte-americano, George W. Bush, que a “única guerra que interessa ao Brasil é a guerra contra a fome”.

Na terça-feira, durante almoço com embaixadores da Liga Árabe, Lula afirmou que Bush errou ao se decidir pela guerra, mas que é muito difícil um chefe de Estado pedir desculpas, ainda mais em ano eleitoral. O relato das declarações do presidente foi feito por diversas autoridades brasileiras que acompanharam o almoço, fechado à imprensa.

Fonte: MSN

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