16/12/2003 16h37 – Atualizado em 16/12/2003 16h37
A polícia de Limeira, no interior de São Paulo, prendeu na madrugada de hoje 13 pessoas em flagrante que pretendiam montar uma base de distribuição de combustíveis adulterados em Mato Grosso do Sul. Em Limeira, segundo a polícia, funcionava a central de adulteração da quadrilha que, num levantamento preliminar, distribuiria 120 mil litros por dia de combustíveis irregular e arrecadava cerca de R$ 1,2 milhão por mês.
Segundo os investigadores, o grupo, além de Limeira e Mato Grosso do Sul, também tinha projetos para implantar o esquema de fraude em outros Estados. A polícia paulista informou que essa é a terceira central desmontada na região de Limeira em apenas um mês.
Conforme a polícia, a estrutura da base de adulteração mostrou a sofisticação do esquema que envolve distribuidoras, transportadoras e postos de combustíveis. As carretas acopladas injetavam querosene, álcool e solvente a tanques subterrâneos com capacidade para armazenar 800 mil litros de gasolina.
Eles possuem dispositivos de misturadores, conhecidos como batedores. “Em 15 minutos, eles descontavam uma carreta de 30 mil litros totalmente adulterados. De dez mil eles fazem 15 mil litros adulterados ou genéricos ou batizados, como eles dizem”, contou o delegado Aparecido Capello.
A fabricação da gasolina adulterada foi flagrada durante a madrugada por uma operação policial que envolveu seis delegados, 20 investigadores e quatro peritos da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Segundo a polícia, cinco carros davam cobertura aos caminhões que entravam e saíam da distribuidora. Pelos cálculos da polícia, a base comercializava 120 mil litros de combustível adulterado por dia, o que movimentava no mínimo R$ 1,2 milhão por mês.
Pelo menos 20 carretas foram apreendidas e dois postos de gasolina fechados. Treze pessoas foram presas. Entre elas, os donos da distribuidora, que são pai e filho. A gasolina era distribuída para a capital e o interior de São Paulo e para outros Estados.
Grupo agia há mais de 10 anos
Os donos da empresa já foram processados por estocagem irregular de combustível e por sonegação fiscal. De acordo com a denúncia que chegou à polícia, a quadrilha agia há mais de 10 anos e contava com uma rede de informantes para se livrar da fiscalização e garantir um transporte seguro da gasolina adulterada.
A polícia investiga agora se há ou não o envolvimento de policiais civis e militares no esquema. Na base, foram encontrados projetos para a construção de novos pontos de adulteração no Mato Grosso do Sul, dinheiro e oito computadores, que passarão por análise.
Técnicos da ANP e do Instituto de Criminalística colheram amostras dos produtos. Só depois da divulgação do laudo oficial será determinado o fechamento e a lacre da distribuidora.
Fonte:Midiamax News