16/12/2003 17h22 – Atualizado em 16/12/2003 17h22
Levar bibliotecas para o sistema penal de Mato Grosso do Sul e ampliar a participação da comunidade no trabalho de ressocialização dos encarcerados. Segundo a chefe da Divisão de Educação do Estado, Dalzziza Gomes de Oliveira Rodrigues, são estes os planos para a população prisional. O obstáculo diante do projeto seria a superlotação enfrentada nos presídios de Mato Grosso do Sul. A falta de espaço físico para se colocar o projeto em prática seria a pedra no caminho da educação carcerária.
“Há bibliotecas no Feminino e na Máxima. Aceitamos doações”, disse a precursora do projeto educacional nos presídios, a psicóloga e coordenadora de Políticas Específicas em Educação, Inez Américo dos Reis.
Nesta tarde, durante a apresentação cultural que fizeram parte da cerimônia de conclusão do curso do EJA (Educação à Jovens e Adultos) no Presídio Feminino, Irmã Zorzi, em Campo Grande, Dalzziza Rodrigues enfatizou o fato de 50% da mulheres presas estarem estudando e também os desafios de levar para os complexos penitenciários masculinos a educação.
“O espaço físico é limitado nos presídios masculinos e além disso há a superlotação”, explicou. “Neste caso, somente uma ação das famílias dos presos poderia garantir o direito a educação”, ressaltou lembrando que a cada 18 horas de estudo fica garantido ao preso um dia a menos na sua pena, de acordo com a LEP (Lei de Execuções Penais).
“Aqui precisamos de saúde e educação. A tristeza bate forte e aprendendo matemática consigo esquecer dos problemas e da saudade que sinto de meus filhos e netos”. Foi este o desabafo da detenta Silvia Cristina da Silva, de 47 anos, há oito meses no Irmã Zorzi.
Fonte:Campo Grande News