18/12/2003 08h16 – Atualizado em 18/12/2003 08h16
O palestino Saddam Hussein, residente em Ramallah, na Cisjordânia, luta desde 2001 para mudar de nome. O palestino de 27 anos diz que desde a infância é alvo de piadas e maus tratos por causa do nome que seu pai lhe deu porque “ouviu no rádio, em 1976, que Saddam era o homem mais forte do Iraque”. A sentença deve sair em um mês.
O Saddam palestino explica que esse nome não é comum entre seu povo e, além do mais, ele nunca achou que o ditador estava certo ao entrar em guerra contra o Irã, ou ao invadir o Kuwait. Ele diz ter sido espancado duas vezes em bloqueios do Exército israelense, durante a Guerra do Golfo (1991) e na atual intifada (levante palestino contra a ocupação).
“O soldado me perguntou por que meu nome era Saddam e se eu gostava dos mísseis em Tel-Aviv. Então, ele me bateu”, conta, referindo-se à Guerra do Golfo, período em que o Iraque atacou Israel. “Quando vi os mísseis caindo em Israel, senti alívio, porque os israelenses ocupam nossa terra. Mas não mudei de opinião sobre Saddam.”
Mas ele chegou a ser tratado como herói. Foi quando os EUA invadiram o Iraque, em março, e Saddam se vangloriava de que iria derrotá-los. Uma multidão ergueu seu homônimo nas ruas de Ramallah, gritando “Saddam Hussein”. Depois que Bagdá caiu, as coisas pioraram. “Eles diziam: O que aconteceu com você Saddam? Você nos desapontou. Seu nome traz má sorte.”
Fonte:Ibest