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sexta-feira, 9 de maio de 2025

Reciclagem de plástico ajuda a amenizar os impactos ambientais

23/01/2004 08h00 – Atualizado em 23/01/2004 08h00

Pesquisa mostra que, apesar de o plástico ser um material difícil de ser reciclado, por conter uma série de contaminantes, há vários processos possíveis de reaproveitamento para esse material. A utilização de plástico em embalagens de produtos, principalmente, de alimentos, aumentou muito no final do século passado, o que gerou grandes preocupações por parte da sociedade, à medida que a não-reutilização do produto após o consumo pode causar sérios danos ao meio ambiente.

Além disso, a reciclagem do plástico não é tão simples, como mostra estudo realizado por Flávio Forlin e José de Assis Faria, ambos do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Unicamp. Segundo os pesquisadores, em artigo publicado, ano passado, na revista Polímeros, a produção de plásticos no ano de 1999, no Brasil, alcançou 3,4 milhões de toneladas. “Em 1998, aproximadamente 31% da produção de resina foi destinada para a produção de embalagens plásticas, transformando este setor no mercado mais importante para materiais plásticos no Brasil”, afirmam no artigo.

No entanto, Forlin e Faria explicam que o plástico é um material difícil de se reciclar em função de uma série de fatores. O primeiro deles é a presença de contaminantes como, por exemplo, aço, alumínio, vidro, papel/cartão, tintas e vernizes, que são utilizados nos processos de laminação e conversão de materiais plásticos, bem como os resíduos de alimentos remanescentes na embalagem após o consumo. Além disso, eles afirmam que “a incompatibilidade de natureza química de determinadas resinas que compõem os diferentes materiais plásticos representa um sério problema na reciclagem”. Por isso, quanto mais uniforme for a composição da embalagem plástica, maior será o seu valor de reciclagem, conseqüência da redução das etapas e dos recursos tecnológicos despendidos no processo.

Nesse sentido, os pesquisadores explicam que os resíduos plásticos provenientes do processo de produção industrial são mais uniformes, o que faz com que eles tenham maior valor agregado de reciclagem em relação aos materiais plásticos utilizados em embalagens de alimentos.

Dessa forma, Forlin e Faria ressaltam que “as rotas potenciais ou com viabilidade econômica disponíveis para a reciclagem de materiais plásticos podem envolver: a transformação mecânica em novos materiais ou produtos; a recuperação de resinas; a reutilização de embalagens; a transformação energética; e, a degradação ambiental”.

A transformação mecânica consiste em submeter o material a processos mecânicos, que moldam o plástico em uma forma diferente da original. O problema desse tipo de processo é que ele requer, segundo os pesquisadores, “um fornecimento contínuo de material reciclável, tecnologias apropriadas para os diferentes produtos e um valor de comercialização para os novos produtos que compense os investimentos”.

No entanto, há necessidade de equipamentos e estrutura adequada, assim como o controle e monitoramento das emissões gasosas, dos resíduos sólidos e das frações decompostas na degradação térmica.

Por último, os conceitos de degradabilidade ambiental devem ser levados em consideração no desenvolvimento de novos materiais e de embalagens plásticas, no intuito de acelerar o processo de decomposição do plástico, como, por exemplo, a incorporação de elementos na estrutura da embalagem que promovam processos de fotodegradação.

E não é só isso. Para os pesquisadores, programas integrados de fomento à reciclagem devem considerar incentivos aos sistemas de coleta seletiva, isenção de tarifas e impostos na comercialização de produtos reciclados e sanções legais aos agentes ou ações que comprometam o sistema, sob o ponto de vista social, técnico e sanitário-ambiental.

Fonte:Ambiente Brasil

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