24/01/2004 09h45 – Atualizado em 24/01/2004 09h45
A confirmação da existência de água em Marte é um grande passo para conhecer melhor o planeta que tanto tem alimentado a curiosidade da Ciência.
“É preciso agora fazer um estudo sobre a quantidade de água existente, já que este é apenas um primeiro passo. Até porque a água deve estar misturada com neve carbónica”, explicou à Agência Lusa, Rui Agostinho, subdiretor do Observatório Astronômico de Lisboa.
Reagindo sem grande surpresa ao anúncio da Agência Espacial Europeia (ESA) – feito ontem -, segundo o qual a Mars Express detectou água sob a forma de gelo na superfície do pólo sul do planeta vermelho. O astrônomo português lembra que “não se pode começar a sonhar com grandes construções de cidades em Marte”.
“Não é uma novidade porque já se sabia que havia água em Marte. Desse ponto de vista não é novo porque os astrônomos já tinham medições da existência de água, tanto sob a forma sólida como gasosa”, disse.
Apesar do cenário ser remoto, a exploração humana do planeta poderá ser facilitada.
Caso fosse construído um “dispositivo que permitisse recuperar a água existente em Marte”, talvez “um ou dois astronautas” a pudessem usar, mas mesmo isso, garante o cientista, é um “sonho muito remoto”.
Vida em Marte?
Outra questão quase sempre associada à existência de água em Marte é a possibilidade de ter havido um ambiente propício à existência de vida.
“A vida é uma questão que não está necessariamente ligada a isto. Os astrônomos sempre disseram que este planeta, no seu início, quando ainda estava quente e havia água líquida em maior quantidade, deve ter sido palco de organismos extremamente primitivos”, afirmou Rui Agostinho.
Fonte: Agência Lusa



