13/02/2004 19h00 – Atualizado em 13/02/2004 19h00
Li no Estadão que Sua Excelência o Ministro Berzoini está abalado com a tortada que levou em sua delicada cútis, enchendo de meleca sua impecável barba padrão PT.
Achei hilário o fato dele estar cobrando o enquadramento da pessoa que lhe atirou a torta pelos órgãos policiais e judiciais. Muito interessante isso!
Sr. Ministro, que tal lembrarmos do bofetão que o Senhor deu na cara de toda a sociedade brasileira, quando fez aquela palhaçada com nossos velhinhos? Meu sogro e minha sogra, 83 anos de idade, ficaram numa fila por 10 horas. Foram sozinhos, altivos, saudáveis e risonhos pois, eleitores do PSDB, ambos profissionais liberais com curso universitário, estavam ali rindo da sua atitude tresloucada. E os outros velhinhos, a maioria petistas, carregados em macas, amparados por filhos ou netos? O Senhor não acha que a sua atitude para com eles foi digna de um escarro na cara? Alguém falou em enquadrá-lo? O presidente Luiz logo veio em seu socorro e o Senhor acabou saindo como verdadeiro herói, paladino da seriedade da administração pública! Sou pessoa educada, maneiro no trato, com curso primário tirado no Primeiro Grupo Escolar Cristiano Olsen, de Araçatuba – SP. E é com toda a minha educação que lhe peço: por favor Sr. Ministro, perdoe a pobre coitada que, talvez querendo se vingar do Senhor por algum desconforto que o Senhor tenha provocado à sua mãe, tenha atirado aquela torta no seu brioso rosto.
Agora, imaginemos que quem estivesse escrevendo esse pedido em benefício da moça que o Senhor pretende enquadrada nos rigores da Lei fosse o Embaixador Adhemar Bahadian, nosso representante barbudinho na ALCA. Provavelmente ele lhe tascaria: “O Berzô, vai caçar marido, rapaz… você tá parecendo uma odalisca de cabaré, tirando onda de virgem… toma vergonha nessa cara de levar torta, cara!” Eu não. Eu sou pela ponderação. Requeiro, apenas, que Vossa Excelência mostre o seu “savoir-faire”, perdoando a moça e avisando seus colegas de governo que essa foi apenas a primeira tortada. Outras virão.
André Luiz de Oliveira Melo
Três Lagoas – MS
